O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, afirmou neste sábado (14) que a vitória nas urnas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de 2022, só aconteceu graças a uma decisão da Corte. O ministro do STF participou de um painel, no Fórum Esfera, em Paris, ao lado dos presidentes do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. O decano do STF ressaltou que foram decisões da Corte que deram autonomia e deixaram de criminalizar a classe política. “Se a política voltou a ter autonomia, eu queria que fizessem Justiça, isso é graças ao Supremo Tribunal Federal. Se hoje nós temos a eleição do presidente Lula, isso se deveu a uma decisão do Supremo. É preciso reconhecer isso”, afirmou.
Gilmar Mendes também criticou a condução das investigações da Operação Lava Jato que, nas palavras do ministro, serviram para enriquecer os chamados “combatentes da corrupção”. “Nós estávamos ordenando, inclusive processualmente, com delações premiadas e com todo esse modelo, estávamos ordenando, em nome do combate à corrupção, um modelo totalitário de Estado. No final, os combatentes da corrupção enriqueciam, como se viu com as grandes fundações que estavam nesse contexto”, disparou.
O presidente Lula tornou-se elegível e pôde disputar as eleições de 2022 após o STF anular as condenações contra ele no âmbito da Operação Lava Jato. A decisão foi confirmada pelo plenário da Corte, em abril de 2021, por 8 votos a 3. Na ocasião, o STF entendeu que a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para julgar os processos contra Lula. Posteriormente, o então juiz federal Sérgio Moro, atualmente senador pelo partido União Brasil, do Paraná, foi considerado parcial pelo STF.