O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou o prazo dado por Israel para que civis deixem a Faixa de Gaza como desumano, e clamou pela criação de corredores humanitários para que as pessoas possam atravessar a fronteira com o Egito em segurança. Em coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira (13), após reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, Mauro Vieira afirmou que o deslocamento de pouco mais de 1 milhão de pessoas de Gaza seria uma corrida para a morte. “Todos os membros do Conselho de Segurança pediram para que isso não seja implementado desta forma. Sobretudo, num prazo muito curto de tempo para que mais 1 milhão de pessoas saiam. Isso seria uma corrida para a morte. Seria desumano deslocar 1 milhão de pessoas em tão pouco tempo”, ponderou o chanceler.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse não saber o tempo que irá demorar para que os brasileiros que estão na Faixa de Gaza atravessem a fronteira com o Egito para serem repatriados ao Brasil. Os 15 países que integram o Conselho de Segurança da ONU, incluindo Estados Unidos, China e Rússia, fizeram um apelo para que o governo de Israel autorize a criação de um corredor humanitário para que alimentos, água, combustível e medicamentos sejam levados para a região. Mauro Vieira detalhou que apenas um hospital está em funcionamento em Gaza. A região tem sido alvo de ataques de Israel devido à presença de integrantes do Hamas.
Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já está em Roma, na Itália, aguardando autorização para entrar no Egito e repatriar os brasileiros que estão em Gaza. “O governo negociou para que os brasileiros que se encontram em Gaza possam sair pelo Egito, é a única forma de sair. Sairiam nesse ônibus, que está previsto para transportá-los amanhã (14). O que nós propusemos é que saíssem e fossem levados a um aeroporto, em uma localidade próxima da fronteira, onde um avião da Força Aérea Brasileira estará esperando, o avião já está em Roma esperando eles chegarem (no Egito) para levá-los”, detalhou o chanceler.