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Projeto que aumenta ICMS para bens ‘supérfluos’ em Minas é aprovado em 1º turno

Placar foi de 33 votos a favor e 23 contra; emendas não foram analisadas em plenário nesta terça (26)

Plenário da Assembleia de Minas deu aval, em primeiro turno, a projeto que aumenta ICMS para bens considerados ‘supérfluos’

O projeto de lei que aumenta em dois pontos percentuais a alíquota do ICMS para produtos considerados “supérfluos” foi aprovado, em primeiro turno, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Em sessão plenária realizada nesta terça-feira (26), 33 deputados votaram a favor da proposta, enquanto outros 23 deputados votaram contra o texto - de autoria do governador Romeu Zema (Novo).

Os deputados aprovaram o texto conforme o parecer da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), que ocorreu nesta segunda-feira (25). Ao todo, foram duas mudanças ao projeto original: a primeira retira a ração animal da lista de bens considerados supérfluos e, a segunda, limita a cobrança do imposto adicional até o dia 31 de dezembro de 2026, último dia do mandato de Zema à frente do Governo de Minas.

Todas as demais emendas ao projeto de lei foram rejeitadas pelos parlamentares.

O projeto de lei restabelece uma cobrança adicional de dois pontos percentuais sobre uma série de produtos que, pela regulação tributária do estado, são considerados “supérfluos”. Entre eles estão:

  • cosméticos

  • produtos de higiene pessoal

  • smartphones

  • bebidas alcoólicas

  • refrigerantes

  • cigarros

  • armas e munições, dentre outros

Essa cobrança adicional estava em vigor até 31 de dezembro de 2022, mas não foi renovada pela Assembleia a tempo de valer para este ano. Dessa forma, desde o dia 1º de janeiro de 2023, a alíquota caiu os dois pontos percentuais para todos os itens supérfluos.

Com a aprovação em primeiro turno, o texto, agora, volta para a FFO, onde será analisado em segundo turno pelos deputados integrantes daquela comissão. Em seguida, ele será levado para votação definitiva, novamente em plenário.

Para que o imposto adicional possa ser cobrado a partir de 1º de janeiro, a Assembleia precisa aprovar e o governador sancionar o texto até o dia 30 de setembro. Isso porque as regras tributárias vigentes no estado estabelecem a necessidade de um período de “noventena”. Ou seja, o governo só pode começar a arrecadar o ICMS adicional 90 dias após a sanção da lei.

Zema defende aumento do ICMS

O governador Romeu Zema defendeu a aprovação da proposta, mas nega se tratar de um aumento de imposto. O chefe do Executivo estadual tenta amenizar o efeito negativo da pauta ao dizer que a cobrança adicional já ocorria desde 2011 e vigorou até o fim do ano passado.

Durante um evento no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (26), questionado por jornalistas sobre a expectativa para a votação do projeto de lei, Zema disse esperar “sabedoria” dos deputados estaduais.

Em entrevista coletiva, o governador afirmou que gostaria de reduzir o tributo sobre todos os itens que circulam no estado, mas atribuiu, à situação financeira do estado, a necessidade de estabelecer percentual extra sobre os produtos não essenciais.

“Gostaria, como governador, amanhã, de mandar um projeto de lei que reduzisse o ICMS de tudo. O povo mineiro não está satisfeito. Agora, se as contas não fecharem, será que eu estaria fazendo o certo?”, questionou.

O que prevê o projeto que aumenta o ICMS em Minas Gerais?

O projeto do ICMS foi colocado em pauta no plenário da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (26), para ser votado em primeiro turno pelo conjunto de deputados estaduais de Minas Gerais. A proposta assinada por Romeu Zema é reestabelecer uma alíquota extra de dois pontos percentuais sobre os produtos supérfluos.

Assim, o ICMS desses bens saltaria de 25% para 27%, em alguns casos. A lista de itens impactados pelo aumento tem, por exemplo, bebidas alcoólicas, refrigerantes, cigarros e smartphones.

O Palácio Tiradentes espera obter uma arrecadação anual de até R$ 1,2 bilhão com o aumento tributário. Para defender a proposta, o poder Executivo se ampara no fato de o ICMS complementar ter sido criado por Antonio Anastasia (à época no PSDB) e renovado por Fernando Pimentel (PT). Zema, em seu primeiro mandato, também prorrogou a vigência da alíquota.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.