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Vereadores criticam ‘condutas abusivas’ e vão ao MP contra presidente da Câmara de BH

Parlamentares argumentam que Gabriel Azevedo tem adotado ‘condutas abusivas’ no comando do Legislativo municipal

Queda do quórum na sessão da Câmara de BH tem provocado polêmica no Legislativo

Um grupo de 16 vereadores de Belo Horizonte protocolaram uma representação junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o presidente da Câmara Municipal, vereador Gabriel Azevedo (sem partido). Eles questionam a prática de “condutas abusivas” pela Presidência do Legislativo e infrações ao Regimento Interno da CMBH.

De acordo com os parlamentares, Azevedo tem “constrangido e usado de expedientes violentos para impedir o funcionamento da Câmara Municipal de Belo Horizonte” e cria obstáculos para o prosseguimento de uma denúncia contra ele mesmo. Os vereadores também dizem que há “notório abuso de poder e autoridade” por parte do presidente da Casa.

“Requer providências imediatas, visto que, a continuidade do exposto pode causar danos irreversíveis não somente à Câmara Municipal de Belo Horizonte, mas, para todo o município, como pode se notar na 77ª Reunião Ordinária, ocorrida na data de hoje”, diz trecho do documento.

A ação é uma resposta a mais uma tumultuada sessão no plenário da Câmara. Nesta quarta-feira (13), após pedido de verificação de quórum pedida pelo vereador Bráulio Lara (Novo), o presidente Gabriel Azevedo deu apenas cinco segundos para que os parlamentares confirmassem sua presença no painel eletrônico da Casa. Apenas 17 vereadores conseguiram realizar o feito no prazo determinado e, com isso, a sessão foi encerrada.

Entenda: Derrubada de quórum na Câmara de BH irrita vereadores; oposição pede diálogo com a prefeitura

Como mostrou a Itatiaia em reportagem publicada nesta quarta, a prática tem se tornado comum nas últimas semanas. Vereadores da base de apoio ao prefeito Fuad Noman (PSD) criticam a conduta de Gabriel Azevedo, mas aliados do presidente da Câmara afirmam que a prática continuará até que um grupo de 14 parlamentares da oposição à prefeitura sejam recebidos pelo chefe do Executivo municipal.

A novidade é que, na sessão desta quarta, nem o presidente, nem o vereador Bráulio Lara - autor do pedido de verificação de quórum - marcaram presença, o que iria de encontro ao Regimento Interno da Câmara. Eles alegam, ainda, que o plenário estava cheio no momento e que não haveria justificativa para o encerramento da sessão.

À Itatiaia, mais cedo, Gabriel Azevedo justificou a conduta.

“Isso é do jogo do Parlamento. Para além do plenário, temos oito comissões permanentes, CPIs e visitas técnicas. A Câmara não funciona somente no plenário, precisamos olhar a tela inteira”, argumentou.

Ele diz, ainda, que o principal argumento dos vereadores que acionaram o MP contra ele não tem validade, já que o Regimento Interno considera “presente o vereador que requerer a verificação de votação ou de quórum”.

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.