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CPMI tenta acordo para convocar novamente tenente-coronel Mauro Cid

Parlamentares de oposição e da base do governo devem aprovar nesta terça-feira (22) uma série de requerimentos

CPMI do 8 de janeiro pode votar a nova convocação do tentente-coronel Mauro Cid

A CPMI dos Atos Antidemocráticos ainda tenta acordo entre membros da oposição e da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para votar uma série de requerimentos, incluindo o pedido da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), para que o tenente-coronel Mauro Cid seja convocado novamente para dar explicações sobre a venda de jóias e artigos de luxo do Estado Brasileiro no exterior.

A reunião do colegiado estava marcada para às 11h, mas foi adiada para às 14h por falta de acordo entre os membros da CPMI para a votação de requerimentos.

O principal entrave está relacionado à votação dos requerimentos que envolvem quebras de sigilo do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Existem pedidos para quebras de sigilo telefônico, telemático, fiscal e bancário de Bolsonaro, além da apreensão dos passaportes do ex-presidente e da ex-primeira dama.

Esse é o grande entrave da reunião de hoje. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, afirmou que as quebras de sigilo são fundamentais para o andamento das investigações.

“A gente não vai investigar o crime das jóias ou do garimpo ilegal, mas a gente tem que investigar se o dinheiro dessas ilegalidades chegaram para os atos do dia 8 de janeiro. Para isso, no mínimo, o que temos que fazer é quebrar os sigilos bancários. Precisamos saber como se deu essa movimentação financeira, e se, de alguma forma, esse dinheiro chegou ao 8 de janeiro”, enfatizou a senadora Eliziane Gama.

A relatora pediu as quebras de sigilo do presidente do PL, Valdemar Costa Netto, que teria se reunido, ano ano passado, com o hacker Walter Delgatti Netto, além das quebras de sigilo da deputada Carla Zambelli, do PL de São Paulo, do irmão dela, o deputado estadual de São Paulo, Bruno Zambelli Salgado, do PL, além de Antonio Aginaldo de Oliveira, marido de Carla Zambelli. A parlamentar, aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria pago 40 mil reais ao hacker Walter Delgatti Netto. Ele teria sido contratado por Carla Zambelli para invadir os sistemas do Poder Judiciário e uma urna eletrônica. Zambelli nega as acusações. A deputada nega as acusações.

A CPMI deve ouvir o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias na semana que vem. A previsão é a de que o ex-chefe do GSI seja ouvido na próxima quinta-feira (31). O general era o chefe do gabinete de segurança institucional no dia 8 de janeiro, e estava dentro do Palácio do Planalto no momento em que o prédio era depredado.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.