O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse que o “evento zero” responsável por iniciar o apagão que afetou todas as regiões do Brasil nesta terça-feira (15) foi uma falha na linha de transmissão de Quixadá, em Fortaleza (CE), que pertence a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), empresa controlada pela Eletrobras.
Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (16), em Brasília, Silveira disse, no entanto, que a falha não foi suficiente para, sozinha, causar o colapso do sistema elétrico brasileiro. Segundo ele, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ainda não conseguiu identificar “um segundo, terceiro ou quarto evento” que podem ter contribuído para o apagão que deixou cidades sem energia elétrica por até seis horas. O ministro passou o dia reunido com diretores e representantes do ONS e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
“Esse evento foi considerado, a princípio, um evento de pequena magnitude que isoladamente não era suficiente para causar o colapso do sistema como um todo. Esse evento ocorreu numa linha da Eletrobras, da Chesf, por um erro de programação. O sistema não se protegeu como deveria ter acontecido e ocasionou uma série de outras falhas nos sistemas a partir daí que serão apuradas pelo ONS”, afirmou Silveira em coletiva à imprensa.
Apesar da constatação, o ministro avaliou que permanece a necessidade da Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigarem se o que levou a falha no sistema foi um erro humano no projeto de engenharia ou algo sistêmico.
“Todas as hipóteses têm que ser aventadas”, afirmou Silveira.
“Eu gostaria de compreender diferente, mas mais do que nunca acho que é extremamente necessária muito ativa da Polícia Federal nesse caso já que o ONS não teve como apontar uma falha técnica que pudesse causar um evento com a dimensão que teve a paralisação da energia no país”, explicou.
‘Apagão': entenda o que aconteceu
O ONS informou que às 8h31m de terça-feira houve uma “separação elétrica” das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste. O órgão afirmou que houve uma abertura das interligações entre essas regiões e que a interrupção no fornecimento de energia no Sul e no Sudeste “foi uma ação controlada para evitar a propagação da ocorrência”.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o incidente causou a interrupção de uma carga de 16 mil MW, o que levou diversas cidades em todos os estados do Brasil ficarem sem energia. A exceção foi Roraima, que não teve municípios afetados porque não está ligado ao SNI. A pasta informou que a energia foi restabelecida e 100% normalizada a partir das 14h49m.
