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Presidente do PL sai em defesa de gestão Bolsonaro, mas não cita caso das joias: ‘Honesto’

Valdemar Costa Neto disse que ex-presidente é “maior líder” da história do Brasil e que sigla estará sempre ao lado dele

Presidente do PL, Valdemar Costa Neto

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, publicou vídeo nesta segunda-feira (14) nas redes sociais para defender a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele chamou o aliado de “honesto”, mas não mencionou a investigação da Polícia Federal que aponta a suspeita de Bolsonaro e sua equipe terem utilizado a estrutura do governo federal para desviar joias recebidas como presente pelo ex-presidente e vendê-las no exterior em benefício dele.

“Por ele ser uma pessoa séria, autêntica, talvez seja incompreendido. O Bolsonaro é o maior líder que o Brasil já conheceu, é o maior líder da nossa história. E nós vamos sempre tratá-lo como presidente de honra do nosso partido. Sempre estaremos do seu lado. Muita gente não compreende que o Bolsonaro é um líder que veio para ficar”, disse Costa Neto.

Em operação deflagrada na sexta-feira (11), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra o advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e contra o tenente Osmar Crivelatti, que também fez parte da equipe de Ajudância de Ordens do agora ex-presidente.

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Os policiais federais encontraram mensagens que indicam que Bolsonaro e sua equipe utilizaram o avião presidencial para levar presentes recebidos pelo ex-presidente, como esculturas e relógios, para os Estados Unidos da América no dia 30 de dezembro. Posteriormente, eles tentaram vender os itens em lojas especializadas.

Em um dos casos, Mauro Cid chegou a concretizar a venda de um relógio da marca Rolex por US$ 68 mil (cerca de R$ 346 mil). Porém, Wassef precisou “recomprar” o objeto diante da iminência do Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a devolução do relógio, já que ele pertence à Presidência da República.

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“O eleitor do Bolsonaro é um eleitor esclarecido porque o Bolsonaro fez uma economia muito grande no país. E não quis gastar dinheiro com imprensa também. Isso tudo custa caro. Bolsonaro, conte com seu partido, conte com nossos eleitores da direita, que estão se aproximando cada vez mais do nosso partido. E queremos que você, com isso, continue sendo sempre a pessoa que você foi. Honesto, competente e trabalhador”, continuou Valdemar Costa Neto.

A operação da PF na semana passada foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. “Os dados analisados indicam a possibilidade de o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência da República (GADH/GPPR) – órgão responsável pela análise e definição do destino (acervo público ou privado) de presentes oferecidos por uma autoridade estrangeira ao Presidente da República – ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado do ex-Presidente da República, presentes de alto valor, mediante determinação de JAIR BOLSONARO”, escreveu o magistrado.

Outro lado

Em nota divulgada na sexta-feira (11), a defesa de Jair Bolsonaro negou qualquer irregularidade. “O Presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou de quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”, diz o texto.

“Sobre os fatos ventilados na data de hoje [sexta-feira] nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU - ainda em meados de março p.p. -, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”, afirma outro trecho do comunicado.