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PF: pai de Mauro Cid estava com US$ 25 mil de Bolsonaro e tentou ‘solução’ para entrega de dinheiro em espécie

Inquérito da PF dá detalhes de operação deflagrada pela PF que culminou em busca e apreensão contra o general do Exército

Ex-ajudante de ordens trocou mensagens com assessor para entregar dinheiro ‘em cash’

O inquérito da Polícia Federal (PF), que culminou na operação Lucas 12:2, deflagrada nesta sexta-feira (11), apontou que o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cezar Barbosa Cid, estava em posse de US$ 25 mil que seriam do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em troca de mensagens com o filho, o general ele discute como faria a entrega do montante ao ex-presidente. Na troca de mensagens com o assessor parlamentar Marcelo Camara, na qual a Polícia Federal teve acesso, Mauro Cid deixa claro o receio de utilizar o sistema bancário formal para repassar o dinheiro a Bolsonaro e sugere a entrega dos valores em espécie por meio do pai.

“Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente. Aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta. Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor ne?” sugeriu Cid, na troca de mensagens.

Operação Lucas 12:2

A Polícia Federal cumpriu hoje quatro mandados de busca e apreensão em endereços do general Mauro Lourena Cid, o tenente do Exército Osmar Crivelatti, que também era ajudante de ordens, além do advogado do ex-presidente Bolsonaro, Frederick Wassef, âmbito do inquérito que apura o desvio de presentes entregues por autoridades estrangeiras ao Estado Brasileiro para a venda dos bens no exterior.

Os mandados judiciais foram cumpridos no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a atuação das “milícias digitais” que atuam contra a democracia.

Segundo a Polícia Federal, os valores obtidos com as vendas dos patrimônios desviados do Estado brasileiro foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de terceiros, sem passar pelo sistema bancário formal.

Conforme o inquérito, o objetivo era ocultar a origem, localização e propriedade dos valores. Os alvos poderão responder pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A defesa de Mauro Cid informou que não teve acesso aos autos da investigação que ocasionou as buscas e apreensões, por isso, não irá comentar o caso.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.