O ministro
Além do documento, Moraes também anexou postagens feitas por Trump que, segundo o ministro, foram publicamente comemoradas por Jair Bolsonaro e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. Para o magistrado, os dois celebraram “a gravíssima agressão estrangeira ao Brasil”.
No despacho, Moraes afirmou:
“Lamentavelmente, o investigado EDUARDO NANTES BOLSONARO e o réu JAIR MESSIAS BOLSONARO comemoraram a gravíssima agressão estrangeira ao Brasil, manifestando-se favoravelmente às ‘sanções/taxações’ e instigando o governo norte-americano a tomar novas medidas e atos hostis contra o Brasil, inclusive para submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado, com clara afronta à soberania nacional, como se verifica em várias manifestações nas redes sociais e na imprensa.”
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Sobre a carta enviada por Trump, Moraes destacou que Bolsonaro confirmou ter se reunido, em 6 de maio de 2025, com Ricardo Pita, conselheiro sênior do Departamento de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental. Segundo o ex-presidente, o conteúdo da conversa teria sido reservado.
Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro declarou que “o alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões”, e pediu que “os Poderes ajam com urgência apresentando medidas para resgatar a normalidade institucional”.
A carta de Trump, divulgada em 9 de julho, é citada por Moraes como um documento em que o presidente norte-americano expressa ameaças ao Poder Judiciário brasileiro.
Em outro trecho da decisão, Moraes afirma que Jair Bolsonaro e
De acordo com a investigação, a suposta manobra teria como finalidade pressionar o Poder Judiciário e interferir nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
As condutas de ambos são classificadas como “claros e expressos atos executórios” e “flagrantes confissões” da prática de crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e atentado à soberania nacional.
As autoridades apontam ainda que Jair e Eduardo Bolsonaro continuam promovendo discursos e articulações que teriam como objetivo instigar o governo norte-americano a adotar medidas hostis contra o Brasil.
A denúncia destaca a continuidade dessas ações, principalmente por meio das redes sociais. No dia 11 de julho, Jair Bolsonaro publicou, na plataforma X (antigo Twitter), um vídeo de entrevista do presidente dos Estados Unidos — ato que foi interpretado como mais uma tentativa de interferência externa nas decisões do STF. Declarações à imprensa também foram citadas como ofensivas à soberania nacional e à independência dos poderes.
A Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestou oficialmente sobre o conteúdo do relatório. As defesas de Jair e Eduardo Bolsonaro também não responderam aos pedidos de comentário até o momento da publicação.