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E-mail aponta que pedras preciosas para Bolsonaro tinham que ser “entregues em mão“ a Cid

Uma mensagem, obtida pela CPMI do 8 de Janeiro, aponta orientação para que o presente ao ex-presidente não fosse cadastrado e fosse “entregues em mão” ao ex-ajudante de ordens

E-mail aponta que pedras deveriam ser entregues “em mãos” a Cid

Uma mensagem de e-mail mostra que um ex-funcionário do Palácio do Planalto orientou que pedras preciosas presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro fossem “entregues em mão” ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

O e-mail foi obtido pela CPMI do 8 de Janeiro e está sob segredo judicial. Ele foi enviado em 27 de outubro de 2022 e é de autoria do ex-coordenador administrativo da Ajudância de Ordens, Cleiton Henrique Holzschuk.

O conteúdo da mensagem, obtido pela CNN, informa que dois pacotes contendo pedras preciosas, um para Jair Bolsonaro e outro para Michelle Bolsonaro, foram guardados em um “cofre grande”.

Os presentes foram recebidos, segundo o e-mail, em 26 de outubro de 2022, em Teófilo Otoni, Minas Gerais. E salienta: “a pedido do TC Cid, as pedras não devem ser cadastradas e devem ser entregues em mão para ele”.

Cid, que cumpre prisão preventiva, é investigado pelo escândalo das joias sauditas. Segundo a investigação da Polícia Federal, ele teria participado da tentativa de liberação de um presente retido pela Receita Federal.

Em 2021, o príncipe da Arábia Saudita Mohammed bin Salman Al Saud entregou dois estojos com joias ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que representou Bolsonaro em agenda no país.

Os objetos, porém, não foram declarados como presentes de Estado – o que os eximiria de ter de pagar taxa na chegada ao Brasil, além de os regularizar e dar a devida destinação.

Um dos estojos, que estava com um dos assessores e continha um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes, foi localizado e apreendido pela Receita.

A Receita Federal impõe que todos os produtos com valor superior a US$ 1.000 sejam declarados na entrada ao país, o que não foi feito.

A CNN procurou a defesa do tenente-coronel Mauro Cid e aguarda um posicionamento.

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