O governo de Romeu Zema (Novo) vive o seu melhor momento na relação com a Assembleia Legislativa (ALMG) desde que passou a administrar Minas Gerais. Com uma base de apoio maior do que no primeiro mandato e um presidente do Legislativo que adotou uma postura neutra, o governador conseguiu a aprovação dos principais projetos apresentados no primeiro semestre deste ano.
Mesmo com a melhora, o governo enfrentou resistência dos parlamentares nas propostas relacionadas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e precisou recorrer ao Judiciário em duas ocasiões para manter as contas em dia e não voltar a parcelar os salários dos servidores.
O então secretário de Governo, Igor Eto, foi trocado durante a semana de votação do projeto mais importante do ano até o momento, a adesão ao Programa de Transparência Fiscal (PAF), o que prejudicou a articulação para aprovação do texto. O governo foi
Zema também enfrentou cobranças da própria base de governo para conceder reajuste salarial para a segurança pública e quase não conseguiu derrubar uma emenda autorizando a recomposição. A votação, com margem de apenas três votos favoráveis à Cidade Administrativa, levantou
“Uma das coisas é que a gente precisa valorizar o homem público. A gente precisa entender as aflições que os deputados têm, as responsabilidades que eles carregam, a cobrança constante por parte das suas bases, que não são poucas, e que precisam ser respondidas com presteza pelo governo. Eu estou assumindo esse papel para a gente tentar melhorar ainda mais essa relação, que já é hoje muito melhor do que era há quatro anos”, afirmou o secretário.
Antes de começar a despachar na Cidade Administrativa, Valadares era líder de Governo na Assembleia Legislativa. “Esse governo conseguiu, nos primeiros quatro anos, fazer muito por Minas sem ter a Assembleia como aliada. Agora, com a Assembleia um pouco mais próxima e mais parceira, entendendo melhor a necessidade de jogar junto com o Executivo, eu tenho certeza que a população vai sentir o resultado dessa parceria muito em breve”, avalia.
Ele cita, como exemplo, a reforma administrativa, que na visão do secretário modernizará a prestação de serviços à população.
Além da reforma e do PAF, Zema conseguiu aprovar
Oposição critica judicialização e atua para “conter danos”
Minoria na Assembleia Legislativa, com 20 deputados, o bloco de oposição formado por PT, PV, PCdoB, PSOL e Rede adotou a estratégia de tentar mudar pontos cruciais dos projetos do governador, já que, numericamente, não consegue barrar as propostas em si.
Foi o que aconteceu com a
“Conseguimos avançar na pauta de inclusão, derrubando o veto do governador e garantindo que o estado estude a possibilidade de criar centro regionais para os autistas, além de defender os interesses dos servidores,
Na avaliação do deputado, o governo Zema precisa resolver problemas internos, já que a saída de Igor Eto nunca foi explicada oficialmente aos deputados, antes de se falar em qualquer melhoria da relação com o Legislativo.
Ulysses Gomes afirma que Zema “afronta” a Assembleia Legislativa ao recorrer à Justiça para discutir os problemas de Minas. “Todas as conquistas do governo Zema foram proferidas por decisões judiciais, em alguns casos de maneira liminar. Uma pena que o governador prefira governar dessa maneira, em vez de debater os assuntos com os deputados e deputadas que foram eleitos para representar a população mineira”, concluiu o petista.