O deputado federal André Janones (Avante-MG) intensificou nesta segunda-feira (15) a campanha nas redes sociais para ser indicado como membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos antidemocráticos e as invasões aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília.
Apesar da pressão feita pelo parlamentar na internet, a indicação dele, na prática, depende de uma articulação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com partidos do Centrão ou de esquerda.
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O Avante, legenda de Janones, faz parte do maior bloco da Câmara dos Deputados. Liderado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), o grupo formado por União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, PSB, Solidariedade, Patriota e o próprio Avante tem direito a 5 vagas na CPMI de 8 de janeiro.
Porém, elas estão concentradas nas legendas com mais parlamentares: o União Brasil (59 deputados) terá direito a duas vagas e o PP (49), a federação PSDB-Cidadania (18) e o PDT (17), a uma vaga cada.
O Avante, com apenas 7 deputados, não têm direito à indicação. Com isso, Janones só fará parte da CPMI caso alguma das outras siglas ceda espaço a ele, o que dependeria de uma articulação nos bastidores. Dessa forma, ele tem utilizado as redes, onde é popular, para pressionar os demais partidos.
“Amanhã [terça-feira] é o último dia para que todos os nomes dos deputados e senadores indicados para compor a CPMI do dia 08 de janeiro sejam indicados! Minha parte eu fiz, agora está nas mãos de Deus e de vocês! E que a voz do povo não seja ignorada: JANONES NA CPMI”, escreveu Janones nesta segunda.
Um dos argumentos utilizados pelo deputado federal para mobilizar seus seguidores é um eventual embate na CPMI com Jair Bolsonaro (PL). Janones afirmou que fará o ex-presidente chorar se houver um confronto na comissão. "É só me jogar lá na CPMI frente a frente com ele”, escreveu.