O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) quer contar com a ajuda da iniciativa privada para denunciar empresas que submetem os
A ideia do Ministério é convocar os empresários que cumprem as leis para denunciar casos de violação dos direitos humanos. As ações que vão entrar em vigor em Minas Gerais foram antecipadas em primeira mão à Itatiaia pelo Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Carlos Calazans.
“Eu tenho que conversar com a Fiemg [Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais], com a Faemg [Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais], chamar eles para essa campanha, conversar com os comerciantes do Estado dizendo que esse mau empresário está prejudicando a própria produção de Minas”, afirmou.
“E é claro que esses empresários corretos, que cumprem a legislação trabalhista, que assinam a carteira de um trabalhador, que paga corretamente e dá condições dignas de trabalho ele se junte a nós”, completou.
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Calazans afirmou ainda que pretende se reunir nos próximos dias para pedir apoio de entidades da indústria, agricultura e comércio de Minas Gerais.
O presidente do Sistema Faemg, Antônio Pitangui de Salvo, disse que o Ministério do Trabalho terá apoio do agronegócio mineiro.
“Esse é um assunto que o setor está completamente alinhado à promoção do trabalho decente e sustentável, especialmente no que se refere à saúde e segurança do trabalho. Para deixar bem claro: o sistema Faemg/Senar representa os bons produtores rurais. As pessoas que não tratam bem seus funcionários, seus colaboradores não são representadas por nós. Estamos completamente alinhados com esta nova visão”, afirmou.
O representante da Comissão Pastoral da Terra, Valdeci Campos de Souza, recorda que o estado registra o maior número de pessoas resgatadas nos últimos 10 anos.
“São 2.516 pessoas resgatadas em 2022 no Brasil e, em Minas Gerais, foram 1.062 pessoas, ou seja, 42% do total, quase metade. Nos últimos 10 anos, Minas tem, todo ano, ficado à frente do número de pessoas resgatadas em trabalho escravo. Nem sempre [os trabalhadores] são todos mineiros, mas os casos são encontrados aqui”, afirmou.