João Amoêdo, um dos fundadores do Novo e ex-presidente nacional do partido, criticou o senador Eduardo Girão (Novo-CE) por tentar entregar a réplica de um feto ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O caso aconteceu nesta quinta-feira (27), durante uma audiência do Senado Federal.
“Vergonhosa a atitude do senador do Novo, que tentou entregar uma réplica de um feto para o ministro Silvio Almeida durante audiência no Senado. É mais uma ação ridícula da oposição bolsonarista, que se recusa a fazer debates sérios e apela para performances teatrais infantis”, escreveu Amoêdo, no Twitter.
Candidato a presidente da República pelo Novo em 2018, Amoêdo foi expulso da legenda no ano passado, após apoiar publicamente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa contra Jair Bolsonaro (PL).
Eleito senador pelo Podemos em 2018, Girão se filiou ao Novo em fevereiro deste ano. Vice-líder da oposição a Lula, ele é o primeiro integrante da Casa Alta do Congresso Nacional a fazer parte dos quadros do partido que abriga o governador mineiro Romeu Zema.
“(Quero) aproveitar que entramos na dignidade da questão humana e vou materializar a entrega desta criança, com 11 semanas de gestação”, disse Girão, em direção a Almeida, na audiência desta quinta-feira.
‘Vou ser pai agora’, rebate ministro
Após o gesto de Girão, Silvio Almeida teceu críticas ao parlamentar eleito pelo Ceará.
“Não quero receber isso por um motivo muito simples: eu vou ser pai agora. E eu sei muito bem o que significa isso. Isso para mim é uma performance que eu repudio profundamente. Isso para mim, com todo respeito, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que nós temos no país”.
Em seguida, Girão se desculpou com o ministro e voltou ao assento que ocupava.. “Se o senhor se sentiu ofendido, o meu objetivo não é esse, eu peço desculpas”, afirmou.
Almeida, aliás, aproveitou a audiência para contar ter pedido, a Lula, a recriação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.