O
ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, foi às redes sociais para sair em defesa do general da reserva
Gonçalves Dias, que pediu demissão do cargo na última semana e lançou suspeitas sobre o ex-chefe da pasta durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno.
Cappelli disse que Heleno “pilotou o carro” durante quatro anos e entregou o “veículo” avariado e contaminado ao general Gonçalves Dias, que não poderia ser responsabilizado sobre os fatos que culminaram nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
“Não é possível falsificar a história”, afirmou Cappelli.
Mais cedo, o ministro da Justiça e da Segurança Pública,
Flávio Dino (PSB), postou uma mensagem enigmática fazendo referência, possivelmente ao general Augusto Heleno. Segundo ele, também em uma rede social, as investigações vão lançar holofotes a quem “se esconde no escuro”, afirmou.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, que assumiu o GSI com a função de passar uma relatório para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sugerir
mudanças para o futuro do órgão, as imagens reveladas na semana passada pela CNN Brasil - e que agora, são públicas - mostram que o Brasil foi vítima de uma “tentativa de golpe”.
“A lei será cumprida”, encerrou.
Imagens do Planalto e demissão de Gonçalves Dias
Neste domingo (23), em cumprimento a uma decisão judicial do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes,
Ricardo Cappelli liberou o conteúdo de 160 horas das imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto naquele 8 de janeiro.
Um trecho havia sido divulgado na última quarta-feira (19) pela CNN Brasil.
As imagens mostram o então ministro do GSI, general Gonçalves Dias, nos corredores do terceiro andar do Palácio do Planalto depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram o local.
Em um trecho, o militar aparece no local abrindo a porta para manifestantes e indicando o que parece ser uma saída de emergência.
Convocado a depor à Polícia Federal na última sexta-feira (21), dois dias após o vazamento das imagens, disse que não tinha condições de enfrentar os invasores no local e que estava esvaziando o terceiro e quarto andares do Planalto para que eles fossem presos no segundo andar. De fato, havia um batalhão de uma das forças de segurança no local detendo os invasores.
Veja:
Saiba o que o ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, disse em depoimento à Polícia Federal
Outros nove militares que integravam os quadros do GSI naquele momento prestaram depoimento neste domingo (23) à Polícia Federal.