Ouvindo...

Campos Neto não garante queda de juros mesmo com aprovação de arcabouço fiscal

Expectativa do governo, que tem criticado taxa de juros a 13,75%, é de que Selic caia com aprovação de projeto que será enviado ao Congresso

Campos Neto elogiou Haddad, mas disse não haver relação direta entre arcabouço e taxa de juros

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira (5) que não há uma relação direta entre a aprovação do arcabouço fiscal proposto pelo Ministério da Fazenda e a queda na taxa de juros determinada pelo BC.

Campos Neto, que tem sido criticado por integrantes do governo federal desde quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o cargo, em janeiro, participou de um evento do Grupo Esfera.

A principal crítica do governo com relação ao Banco Central é a atual taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde o ano passado. O governo federal considera a taxa alta e que limita o crescimento econômico e a concessão de crédito a pessoas e empresas.

Campos Neto disse reconhecer o esforço do ministro Fernando Haddad (PT) para aprovar o arcabouço fiscal no Congresso Nacional, mas sugeriu que, mesmo se o projeto for aprovado, não há certeza sobre uma eventual queda de juros.

“Não existe relação mecânica entre o arcabouço fiscal e a taxa de juros na forma como é colocada. O mais importante é como as medidas que estão sendo anunciadas afetam o canal das expectativas”, disse.

O presidente do Banco Central disse, ainda, que a instituição trabalha com um sistema de metas e que as decisões são baseadas “na inflação corrente, no hiato do produto, que é a capacidade do país crescer sem gerar inflação e na expectativa da inflação para frente”.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.