A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado questionou, formalmente, o diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti, sobre um
A denúncia sobre as suspeitas de espionagem ocorridas nos três primeiros anos do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi revelada pelo jornal ‘O Globo’.
Conforme a reportagem, entre 2019 e 2021, o programa “FirstMile”, adquirido pela Abin da empresa israelense Cognyte, permitia que a Agência operasse um sistema de monitoramento que poderia atingir até 10 mil pessoas por ano em todo o país. O jornal citou documentos e relatos de servidores, que confirmaram a existência do programa secreto.
Membro da CRE, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um requerimento com pedidos de informação sobre o assunto à Abin e ao ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Confira:
De acordo com o parlamentar, a Abin não tem autorização legal para acessar dados privados de cidadãos e que o programa israelense permite que a autoridade possa rastrear o paradeiro de uma pessoa a partir de dados obtidos a partir da comunicação entre o aparelho celular e torres de transmissão.
“Na prática, qualquer celular no Brasil poderia ser monitorado sem justificativa oficial. Além de violar direitos fundamentais do cidadão como o direito à vida privada, à intimidade e à liberdade de locomoção, põe em risco a vida da pessoa, quando a geolocalização é feita de forma tão indiscriminada”, declarou Randolfe durante sessão realizada nesta quinta-feira (16).