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Deputado pede reunião de urgência para discutir ‘chantagem’ de secretário de Zema contra coronel da PM

Sargento Rodrigues (PL) disse ao presidente da ALMG que, se o fato for comprovado, trata-se de ingerência do governo no Legislativo

Sargento Rodrigues quer que Assembleia investigue denúncia contra secretário de Governo de Zema

O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) pediu à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que convoque uma sessão extraordinária ainda neste mês para apurar as denúncias contra o secretário de Estado de Governo, Igor Eto (Novo).

Na última semana, o deputado eleito Caporezzo (PL) foi às redes sociais para denunciar que Eto teria chantageado o coronel da Polícia Militar, Marco Aurélio Zancanela, a convencer o parlamentar a mudar o voto para o próximo presidente da Assembleia. Na ocasião, o PL, partido de Caporezzo, havia anunciado voto em Tadeuzinho Martins Leite (MDB), que disputa o cargo contra o candidato apoiador pelo Palácio Tiradentes, Roberto Andrade (Patriota) - que já retirou sua candidatura.

O coronel Zancanela em questão havia sido escolhido por Zema para comandar o Estado-Maior da Polícia Militar, mas teve a nomeação alterada por Zema em meio à polêmica.

Em áudio compartilhado por Zancanela, o coronel da PM confirma a versão do deputado eleito.

“Quero dizer que o motivo da minha saída foi decisão unilateral do governador, essa tarde recebi um telefone do secretário Igor Eto, falando assim: ‘coronel, o deputado Caporezzo que indicou você pra entrevista, confere?’ Eu disse que sim, aí ele: ‘Pois é, coronel, o deputado traiu a gente, e o deputado declarou apoio para a chapa contrária a chapa do governo na presidência da Assembleia. Então, coronel, você avisa o Caporezzo que ele tem 30 minutos para gravar um áudio declarando apoio ao governador se não vamos te tirar da lista’”, afirmou o policial militar.

Para Rodrigues, se os fatos forem confirmados, trata-se de “verdadeira ingerência do Executivo no funcionamento da ALMG.

“Mencionada investida, se comprovada, além de ferir o princípio da transparência das eleições e o direito individual de voto dos Parlamentares, configura grave crime contra a administração pública”, diz trecho do ofício encaminhado pelo deputado ao presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PSD), ao qual a reportagem teve acesso.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Assembleia, que disse que a Presidência da Casa irá analisar o pedido. Também acionamos o secretário Igor Eto, que ainda não se manifestou sobre o episódio.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.