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Suspeitos de financiar atos golpistas fizeram doação para campanha de Bolsonaro

Levantamento com base nos dados do TSE mostra que seis pessoas doaram o equivalente a R$ 31 para ex-presidente

AGU identificou primeiros suspeitos de terem financiado fretamento de ônibus para Brasília

Dentre as pessoas suspeitas de financiarem o fretamento de ônibus para que bolsonaristas fossem a Brasília (DF) no último domingo (8), há doadores da campanha eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Presidência da República.

Ao todo, 52 pessoas tiveram pedido de bloqueio de bens feito pela Advocacia-Geral da União (AGU). De acordo com o órgão, eles teriam financiado transporte para levar aliados do ex-presidente à capital federal para participarem de invasões e quebra-quebra às sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federal.

Dos 52 nomes listados, seis fizeram doações à campanha de Bolsonaro. Os valores são pequenos e somam R$ 31. Quatro deles doaram R$ 1, conforme dados do Divulgacandcontas, plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reúne informações sobre doadores e fornecedores de campanha.

Durante as eleições, um movimento ganhou força entre bolsonaristas: a doação de R$ 1 para a campanha de Bolsonaro. Para os apoiadores, isso serviria como ‘prova’ do número de votos que ele poderia ter nas urnas eletrônicas.

Isso porque cada doação gera um comprovante eletrônico e, na iniciativa dos bolsonaristas, se todos os eleitores doassem R$ 1, o candidato deveria ter o mesmo número de votos que os comprovantes de doação eleitoral. O número de doações, no entanto, foi menor que o previsto pelos apoiadores.

Bloqueio de bens

Além das 52 pessoas físicas listadas, a AGU também pediu o bloqueio de bens de sete empresas. Ao todo, os bloqueios somam R$ 6,5 milhões.

O valor do montante bloqueado poderá passar por mudanças, uma vez que a AGU ainda calcula os danos e prejuízos causados pela destruição do patrimônio público.

“Os réus tiveram papel decisivo no desenrolar fático ocorrido no último dia 08 de janeiro de 2023 e, portanto, devem responder pelos danos causados ao patrimônio público federal e derivados desses atos, decorrendo a sua legitimidade passiva”, diz o pedido da AGU.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.