Minas Gerais lidera o ranking de Estados que mais receberão investimentos do setor mineral até 2029. O estado mineiro receberá investimento de US$ 16,5 bilhões, o que corresponde a mais de R$ 90 bilhões de reais. Os dados foram obtidos pela Itatiaia junto ao Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), responsável pelos levantamentos.
Em Minas, uma das mineradoras que irá intensificar os investimentos no Estado é a Samarco. Após o rompimento de 2015 e a paralisação das atividades por determinação dos órgãos competentes, a empresa afirmou que retomou o processo de licenciamento do zero. A mineradora aponta que está voltando de forma gradual, sem barragens de rejeitos pelo método a montante e após mudanças em diversos processos de gestão.
A companhia já retomou 60% da operação e realiza monitoramento das estruturas 24 horas por dia, em conformidade com padrões internacionais e com o uso de novas tecnologias, como inteligência artificial. Com parte significativa das operações em Mariana, na região central de Minas Gerais, e atividades também no Espírito Santo, a empresa pretende atingir 100% da capacidade em 2028, como detalha o CEO da Samarco, Rodrigo Vilela.
“A retomada da Samarco ocorreu com apoio integral da comunidade de Mariana. Em nossa pesquisa interna, inclusive para o processo de licenciamento, percebemos que mais de 85% da população de Mariana e de Ouro Preto queria a volta da empresa. Então, fizemos essa retomada gradual, retomamos a geração de empregos e de impostos. Hoje estamos com 60% da capacidade e, a partir do ano que vem, a expectativa é realizar o maior investimento privado do Estado. Serão mais de R$ 13 bilhões, dos quais R$ 9 bilhões apenas em Minas Gerais, para expansão e retomada de 100% da capacidade. A Samarco retorna, de forma gradual, com toda a sua força de produção e geração”, detalha Rodrigo Vilela.
CEO da Samarco, Rodrigo Vilela
O setor extrativista projeta um investimento superior a R$ 370 bilhões até 2029 no Brasil. O prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Raimundo Nonato de Barcelos (PDT), ressalta que os municípios precisam ter sabedoria e planejamento para utilizar os recursos provenientes da mineração. No 4º mandato à frente de uma das cidades mineradoras mais tradicionais do país, Nozinho como é conhecido no cenário político, diz que está investindo os recursos já pensando no futuro.
“Buscamos estruturar a cidade investindo muito em educação. Nossas escolas são de tempo integral, ajudamos os estudantes que vão estudar fora e também incentivamos a diversificação econômica. Temos um distrito industrial, já estamos no terceiro e o quarto não deve demorar. Vamos construir, porque acreditamos na diversificação econômica para não dependermos apenas da mineração. O minério não dá duas safras, mas, se você faz bom uso do dinheiro quando ele está em produção, antecipa a segunda safra com desenvolvimento econômico”, conta Raimundo Nonato.
Prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Raimundo Nonato de Barcelos (PDT)
