O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Alexandre de Moraes, afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), na madrugada desta segunda-feira (9). Ele deverá permanecer distante do cargo por 90 dias. A decisão acontece horas após os
ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília que culminaram na invasão e na depredação das sedes dos Três Poderes – Congresso, Palácio do Planalto e STF.
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A decisão do ministro parte de um
pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e da
Advocacia-Geral da União. No documento, Moraes detalha que houve descaso e conivência do governo do Distrito Federal com a organização das manifestações. Ele cita ainda que uma apuração separada investigará a responsabilidade do ex-secretário de Segurança Pública,
Anderson Torres, exonerado nesse domingo (8), nos crimes cometidos em Brasília.
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Críticas à atuação da polícia
Logo após as invasões às partes internas do Congresso, do
STF e do Palácio do Planalto, com depredação do patrimônio público, autoridades criticaram a atuação da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal. O presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi o primeiro a cobrar que o governador Ibaneis Rocha (MDB) reforçasse o aparato policial para conter o grupo de manifestantes. A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT),
Gleisi Hoffmann, classificou Rocha como irresponsável.
Em meio às críticas e ao caos na Praça dos Três Poderes,
Ibaneis Rocha exonerou o secretário de Justiça do Distrito Federal, Anderson Torres. Em seguida, a
Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão em flagrante de Torres em decorrência do caos instaurado em Brasília.
O que aconteceu em Brasília?
Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram em manifestação na praça dos Três Poderes, em Brasília, na manhã deste domingo (8); entretanto, no início da tarde,
criminosos romperam os bloqueios e invadiram as sedes do
Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. À noite, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou a prisão de, pelo menos, 400 manifestantes –
recolhidos em ônibus da Polícia Militar (PM) e transferidos para o Departamento de Polícia Especializada (PCDF).
Após as invasões e os atos de depredação do patrimônio público, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal sobre a segurança pública do Distrito Federal. A medida excepcional permite que o governo federal se torne responsável pela segurança na área. O interventor será o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Cappelli. O decreto mantém a intervenção até o próximo 31 de janeiro.