O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um giro por Brasília nesta quarta-feira (9) e se reuniu com chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário. O petista concedeu entrevista coletiva no início da noite e destacou que o país precisa “recuperar a normalidade da convivência das instituições brasileiras”.
Lula foi recebido pelos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por dez dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
“Para mim é motivo de muita alegria retornar a Brasília como presidente da República eleito pela terceira vez. Vocês sabem que eu me candidatei com compromisso de que é possível resgatar a cidadania do povo brasileiro e que é possível a gente recuperar a harmonia entre os Poderes e a convivência das instituições brasileiras, que foram atacadas e violentadas pela linguagem nem sempre recomendável por autoridades ligadas ao governo”, afirmou.
Lula manteve o tom do discurso feito logo após o segundo turno das eleições ao dizer que não há tempo para “vingança, raiva ou ódio”.
“Não há tempo para vingança, raiva ou ódio. O tempo é de governar e eu pretendo trabalhar 24 horas por dia porque temos uma dívida a resgatar com o povo pobre desse país”, afirmou. “Esse país vai retomar a sua tranquilidade”, completou.
Críticas a Bolsonaro
Sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), o futuro presidente disse que cabe a ele reconhecer a derrota nas urnas.
“Ninguém vai acreditar em um discurso golpista de alguém que perdeu as eleições. Eu perdi três. Cada vez que eu ia para casa, eu lamentava, ficava triste, ficava quieto durante um tempo e só não entrei em depressão porque corinthiano não entra em depressão. Cabe ao presidente reconhecer a sua derrota, fazer uma reflexão e preparar para concorrer outra vez. Assim é o jogo democrático”, afirmou.