Guedes marca diferença entre economia no Brasil e exterior: ‘lá fora é confusão, inflação e crise’

Ministro da Economia concedeu entrevista exclusiva à Itatiaia, exaltou queda da inflação e disse que juros devem cair

Paulo Guedes concedeu entrevista exclusiva para a Itatiaia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou os índices econômicos do Brasil e fez uma comparação com a situação enfrentada por outros países, sobretudo os Estados Unidos e países da Europa, que vivem cenário de crescimento da inflação e das taxas de juros.

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Guedes destacou a queda nos preços e no desemprego e que os juros estão “preparando para descer”.

“Os preços aqui estão começando a descer, a inflação está descendo e os juros já pararam de subir, preparando para descer logo lá na frente. Enquanto eles ainda estão subindo juros. O que nós estamos vendo lá fora é confusão, inflação, crise, menos crescimento e até recessão; É o que se fala abertamente nos Estados Unidos e a mesma coisa acontecendo na Europa. O Brasil é o contrário”, avalia o ministro.

De acordo com Guedes, os resultados econômicos do Brasil vão na “contramão” do resto do mundo graças a um combate à inflação que começou ainda durante a pandemia.

“Nós iniciamos o combate à inflação um pouco antes e seguimos com as reformas estruturais mesmo durante a pandemia. Então, nós pagamos pela guerra. Somos uma geração que enfrentou de frente, vacinamos a população inteira e começamos a fazer as reformas estruturais antes dos outros países”, afirma. “Eles estão no final de um ciclo longo. A inflação está começando a subir lá então os Bancos Centrais estão subindo juros, eles estão indo para um período de “estagflação”, com mais inflação e menos crescimento, e o Brasil está na contramão”, afirmou.

Ainda segundo o ministro, as perspectivas para o fim do ano são boas, com possibilidade de crescimento de 3% para a economia brasileira - com o índice sendo puxado por datas marcantes para o consumo, como ‘Black Friday’, Copa do Mundo e o Natal.

“O mundo está em recessão ou com crescimento bem menor que o esperado no início do ano. O Brasil, ao contrário”, diz.

Confira a entrevista na íntegra:

Gastos públicos

O ministro Paulo Guedes também destacou que, pela primeira vez em 13 anos, o Brasil fechará o ano no azul, com superávit primário e disse que o governo federal ajudou estados e municípios a fecharem as contas em dias.

“Nós sempre fomos muito conservadores. Tínhamos previsto um déficit e está dando superávit. O primeiro em 13 anos. Então, conservadoramente, temos muita esperança de que vai acontecer como sempre. É interessante porque é a primeira vez em 13 anos que acontece um superávit nos três níveis de governo, são 5.500 municípios, 26 estados e um Distrito Federal, mais o governo federal e todo mundo no azul”, afirmou.

“Quem fez isso foi o governo federal, com a ajuda do Congresso, com a ajuda do Supremo, com a ajuda de todo mundo, mas a verdade é que não foi de repente que, por uma varinha mágica, todo mundo ficou no azul. É porque repassamos recursos para o combate à covid e travamos as despesas. Travando as despesas e repassando os recursos ficou todo mundo no azul. Os estados não conseguiam pagar 13º e estavam atrasados com os fornecedores. De repente, está todo mundo bem”, completou.

‘Vindo com tudo’

Ainda na entrevista exclusiva à Itatiaia, Paulo Guedes falou que, após vencer a batalha contra a covid e os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia, o Brasil “está vindo com tudo”.

Nós protegemos 11 milhões de empregos formais, é a primeira vez que 48% do crédito vai para pequena e média empresa. O turismo está voando, o setor de serviço voltou com força. Então, o Brasil está vindo com tudo agora, está realmente vindo com força a economia brasileira e nós não temos receio nenhum essa nossa estimativa conservadora pro ano que vem”

Reajustes de salário

Guedes disse, ainda, que com a melhoria nos indicadores econômicos e com queda no índice de desemprego, a expectativa é de alta nos salários a partir do próximo ano.

“Claro, ficaram interrompidos durante dois anos todo mundo em dificuldade, as pessoas perdendo vidas, empresas fechando. Tivemos muitas dificuldades antes de conseguirmos sair e atravessar essa guerra e sairmos vitoriosos como estamos saindo agora. Então, durante esse período, os reajustes ficaram contidos e, agora, a partir do ano que vem, de uma forma moderada. começam os reajustes de novo. Até porque o desemprego está baixando rapidamente e é natural que quando acaba o desemprego o salário começa a subir de um lado, de outro, devagar. E a economia vai entrar no modo normal de funcionamento”, disse.

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