Trump pede a republicanos que votem pela divulgação de arquivos do caso Epstein

A declaração do presidente ocorre dias após a divulgação de cerca de 20 mil páginas de e-mails de Epstein que mencionavam várias autoridades, incluindo Trump

Caso Jeffrey Epstein tem preocupado Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu para que deputados do partido Republicano votem pela divulgação dos arquivos do caso Epstein, em uma nova reviravolta. Anteriormente, o norte-americano era contra a divulgação dos arquivos.

“Os republicanos da Câmara deveriam votar pela divulgação dos arquivos de Epstein, porque não temos nada a esconder”, publicou Trump em sua rede social, Truth Social.

A declaração do presidente ocorre dias após a divulgação de cerca de 20 mil páginas de e-mails de Epstein que mencionavam várias autoridades, incluindo Trump. Ele classificou o fato como uma “farsa democrata”.

Epstein foi preso por acusações de abuso sexual, mas se suicidou em 2019 na prisão, enquanto aguardava julgamento. Ghislaine Maxwell, braço-direito de Epstein, cumpre pena de 20 anos de prisão pelo mesmo crime.

A oposição acusa Trump de tentar esconder os documentos do caso que supostamente o incriminariam, mas ele nega.

O tema instaurou uma grande crise dentro do movimento MAGA (Make America Great Again), afastando Trump de seus aliados, incluindo a congressista Marjorie Taylor Greene. No fim de semana, Trump retirou o apoio à republicana em sua candidatura à reeleição no ano que vem.

E-mails comprometedores

Cerca de 20 mil páginas com e-mails de Epstein foram divulgados por congressistas democratas na semana passada, instaurando uma crise no governo americano. Trump e Epstein foram amigos de 1990 a 2000.

O e-mais incluem uma mensagem na qual Epstein diz que Trump “sabia sobre as garotas”, referindo-se à alegação do presidente de que teria expulsado o financista de seu clube Mar-a-Lago por assediar funcionárias jovens.

“Eu sei quanto Donald é sujo”, escreveu Epstein em um e-mail enviado a um ex-conselheiro da Casa Branca em 2018. Epstein também falou sobre o estado mental de Trump naquele mesmo ano.

Trump nega veementemente as acusações de ligação com o caso de Epstein. Já a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que os e-mais não provam nada.

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Quem é Jeffrey Epstein

Jeffrey Epstein foi um financista americano bem-sucedido. Ele enriqueceu com seu fundo de investimentos, o “Jeffrey Epstein VI Foundation” e convivia com celebridades, políticos, membros da realeza e outras pessoas de renome e fama mundial.

A situação começou a mudar em 2008, quando ele foi condenado por exploração sexual. Ele pagava garotas menores de idade por massagens a pessoas de seu entorno na Flórida. Um acordo judicial secreto o livrou de um julgamento federal e sentenciou a 13 meses de prisão.

O caso mais ruidoso, no entanto, ocorreu em 2019, quando Epstein foi acusado e preso por organizar uma rede de exploração sexual de menores, com as quais manteve relações sexuais em suas propriedades nos Estados Unidos e em outros países. Nomes famosos fariam parte desta rede, como o do Príncipe Andrew, da Inglaterra.

Epstein cometeu suicídio em 2019, pouco depois de ser preso, antes de ser julgado pelos crimes levantados pelo FBI.

‘Epstein files’

Epstein files’, ou arquivos do caso Epstein, é uma forma de fazer referência às investigações sobre a rede de abuso sexual de menores comandada pelo bilionário.

Há documentos que já foram tornados públicos, como a denúncia do FBI divulgada em 2019 que o tornou réu em Nova York por exploração e tráfico sexual de menores. Outros documentos públicos, segundo a BBC Brasil, são de um processo relacionado a Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, que era seu ‘braço direito’ nos crimes.

No entanto, para várias figuras proeminentes da direita norte-americana, o governo do país esconde segredos e documentos relacionados a Jeffrey Epstein. A CNN Brasil explica que, de acordo com essa teoria da conspiração, o governo norte-americano estaria encobrindo uma lista de homens poderosos, uma espécie de “lista de clientes”, ligados a Epstein.

Trump deu força à teoria conspiratória ainda durante as eleições, quando falou em 2024 sobre a possibilidade de divulgar mais arquivos do governo dos EUA sobre o caso.

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*Com AFP

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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