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Caso Diddy: julgamento entra na reta final, e júri pode tomar decisão a partir de segunda-feira (30)

O júri de P. Diddy tem ao todo 12 jurados que, por mais de sete semanas, ouviu diversas testemunhas e analisou evidências

Diddy está preso desde o dia 16 de setembro

Após quase dois meses de depoimentos no julgamento do rapper Sean ‘Diddy’ Combs, defesa e acusação iniciaram, nesta quinta-feira (26), os argumentos finais. A deliberação por parte do júri deve começar a partir de segunda-feira (30). O artista é acusado de associação ilícita e tráfico sexual.

Christy Slavik, procuradora-assistente, descreveu Diddy como líder de uma empresa criminosa que ‘não aceita não como resposta’ e disse que ele ‘utilizou poder, violência e o medo’ para conseguir o que queria.

O júri de P. Diddy tem ao todo 12 jurados que, por mais de sete semanas, ouviu testemunhos sobre o temperamento violento de Combs e a propensão dele a orgias sexuais. Nas festas, ele fazia as namoradas praticarem relações sexuais com profissionais que ele contratava.

As alegações finais durarão várias horas em ambas as partes.

A promotoria acredita que Combs, de 55 anos, foi o cérebro de uma rede em que ele e um círculo íntimo de empregados forçavam as vítimas a se prostituírem e cometiam crimes como suborno e manipulação de testemunhos, segundo a AFP.

Diddy é acusado de coagir diversas mulheres - incluindo sua ex-namorada, Cassie Ventura - a manter relações sexuais com acompanhantes pagos, sempre sob efeito de drogas.

Combs pode pegar prisão perpétua caso seja declarado culpado de associação ilícita. Ele também enfrenta acusações de agressão e tráfico sexual, além de outras duas de transporte com fins de prostituição.

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O rapper nega todas as acusações. Sua defesa afirma que as relações eram consentidas e quer convencer o júri que as vítimas agiram por lucro ou despeito.

A promotoria apresentou várias mensagens, gravações telefônicas e também depoimentos que envolveram leituras meticulosas de trocas explícitas e comoventes. Na maioria das gravações, era perceptível a angústia das vítimas. Outras mensagens mostravam afeto e desejo, algo enfatizado pela defesa.

O júri assistiu a evidências em vídeo de orgias sexuais que a promotoria considera criminosas, já a defesa exibe outras que dão a entender que houve consentimento.

Pagamentos a acompanhantes, faturas de voos e hotéis também foram apresentados.

Depois da conclusão dos argumentos, o júri, composto por 12 pessoas, irá se retirar para deliberar. A previsão é de que isso aconteça a partir de segunda-feira (30).

Vale lembrar que Diddy está preso desde setembro do ano passado e já pediu para responder em liberdade diversas vezes, todas rejeitadas pelos tribunais.

Magnata do rap

Diddy foi um grande sucesso no meio do rap nos anos 2000, com a gravadora Bad Boy Records. Ele foi responsável por dar notoriedade a diversos artistas naquela época, e namorou estrelas como Jennifer Lopez.

Com o lançamento da música ‘Last Night’, em 2006, se consolidou no meio do rap e também na música pop. Na mesma época, namorava Cassandra Ventura, também conhecida como Cassie, que o denunciou anos depois.

Denúncia de Cassie e prisão de Diddy

Em 2023, a cantora denunciou uma série de abusos sexuais, verbais e outras violências que sofreu durante o relacionamento com Diddy. Segundo ela, os abusos teriam se iniciado quando ela tinha 19 anos e ele 37. Diddy teria tomado o controle da vida de Cassie, a forçava a usar drogas e a agredia fisicamente. Uma das agressões foi gravada em vídeo e divulgada mundialmente.

Ainda conforme o depoimento de Cassie, diante dos abusos físicos e psicológicos, com o tempo ela “começou a seguir cegamente as instruções dele com medo dele agredi-la novamente e para evitar que ela entrasse em um ciclo vicioso de agressões”. No processo, ela detalhou que o rapper a obrigava a participar das ‘maratonas sexuais’, os chamados ‘ Freak Offs’, para que ele presenciasse e gravasse ela performando atos sexuais com garotos de programa.

As festas de Diddy aconteciam à base de drogas, como ecstasy, cocaína, GHB (Boa noite Cinderela), cetamina, maconha e bebidas alcoólicas. Os eventos tinham várias pessoas, entre elas, garotos de programa.

Diddy gravava os atos sexuais que ocorriam durante as festas e usava os vídeos para coagir vítimas. Quando o rapper foi preso, foram encontrados diversos frascos de óleo de bebê na casa dele. Esse óleo seria usado nas festas, como parte de um ‘ritual sexual’.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.