Sean Combs, mais conhecido como Diddy e Puff Daddy, é um rapper americano indiciado pela justiça estadunidense por diversos crimes, como incêndio criminoso, suborno, sequestro, tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição. O caso já havia ganhado repercussão internacional no fim do ano passado, mas voltou a ganhar força após a acusação criminal dar detalhes de como eram as “Freak offs”, como eram conhecidas as ‘maratonas sexuais’ promovidas pelo rapper.
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Conforme o documento, os eventos envolviam uma grande equipe de pessoas, entre elas, profissionais do sexo, equipe de limpeza e outros funcionários que trabalhavam para facilitar os abusos que aconteciam. A promotoria, afirma que as festas sexuais envolviam o uso abundante de drogas, imensas quantidades de óleos de bebê e sexo coagido - a ponto dos envolvidos precisarem de fluidos intravenosos para se recuperarem.
O governo alega que Diddy gravava os atos sexuais por horas ou até dias, e, depois, utilizava os vídeos para coagir a vítimas para não denunciarem ou reclamarem sobre a situação. As alegações da promotoria convergem com as denúncias feitas pela cantora Cassandra Ventura, mais conhecida como Cassie, ex-namorada de Diddy, no ano passado.
Cassie X Diddy
Cassie foi umas das primeiras vítimas de Diddy a entrarem com uma ação civil contra o rapper denunciando-o por abusos físicos e sexuais. Ela foi uma das participantes dos “Freak Offs” e denunciou o teor dos eventos sexuais. “Ele tratou o encontro forçado como um projeto de arte pessoal, ajustando as velas que usava para iluminação para enquadrar os vídeos que ele fazia”, afirmou a ação judicial movida por Cassie.
Em outro documento da ação, Cassie alegou que os abusos começaram, em 2005, quando assinou contrato com a Bad Boy Records, gravadora de Diddy. Segundo Cassie, o rapper “começou a impor um padrão de controle e abuso que incluía forçá-la a usar drogas, agredi-la e estuprá-la, com direito até a filmagens na presença de garotos de programa”.
Contudo, a Defesa do rapper e o próprio Diddy, negam as acusações feitas por Cassie e alegam que as práticas eram consensuais. Eles afirmam que, por mais que os encontros sexuais pudessem chocar algumas pessoas, não envolviam força, fraude ou coerção - aspectos cruciais para comprovar o crime de tráfico sexual nas leis americanas.
“Todo mundo tem experiência em ser íntimo dessa maneira? Não”, disse Marc Agnifilo, advogado de Combs, em uma audiência judicial na terça-feira. "É tráfico sexual? Não, se todos quiserem estar lá.”
Prisão
Após as acusações de Cassie, uma série de outras vítimas passaram a denunciar o rapper, o que culminou na prisão dele na última segunda-feira (16). Na ocasião, ele solicitou o pagamento de fiança, o pedido foi negado e, por isso, segue preso.
Ao negar a fiança do rapper na quarta-feira (18), o juiz Andrew L. Carter Jr, do Tribunal Federal de Manhattan, afirmou estar preocupado com a possibilidade de que Diddy obstruísse a justiça ao tentar coagir as testemunhas. A promotoria alegou que, por meses, Combs vinha “alimentando vítimas e testemunhas com narrativas falsas”, enquanto às vezes tinha cúmplices gravando as conversas. A defesa de Diddy nega as alegações.