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Caso Diddy: entenda como denúncias da cantora Cassie ajudaram na prisão de rapper acusado de abuso sexual

Em processo movido em 2023, cantora afirmou que foi vítima de constantes abusos sexuais e agressões físicas, além de ter presenciado vários outros crimes

Cassandra Ventura, conhecida com Cassie, ficou famosa internacionalmente após o hit ‘Me & U’, lançado em 2006. No mesmo ano, ela assinou um contrato com a Bad Boy Records, gravadora de Sean Combs, também conhecido como Diddy, P. Diddy e Puff Daddy, e engatou um relacionamento com o rapper e empresário.

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Após anos de relacionamento, em meio a rumores de noivado e de términos, os dois se separaram oficialmente em 2018.

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Denúncias de Cassie

O que parecia apenas um fim de relacionamento entre grandes personalidades de Hollywood ganhou novos contornos em 2023, quando Cassie resolveu denunciar uma série de abusos sexuais, verbais e outras violências que sofreu enquanto estava no relacionamento om Diddy. Isso porque, no ano, a Justiça do Estado de Nova York, nos Estados Unidos, promoveu uma iniciativa legal, a “Adult Survivors Act” que ampliava o período para que vítimas de abusos sexuais pudessem denunciar os crimes sofridos e buscar a responsabilização dos abusadores.

Segundo a denúncia protocolada por Cassie, os abusos de Diddy contra ela teriam iniciado ainda quando ela tinha 19 anos e ele 37, na época da assinatura do contrato. A cantora afirma que ele tomou o controle da vida dela e que, durante o relacionamento, ele a obrigava a usar grandes quantidades drogas e que ele também usava força física contra ela, agredindo-a frequentemente.

Ainda conforme o depoimento de Cassie, diante dos abusos físicos e psicológicos, com o tempo ela “começou a seguir cegamente as instruções dele com medo dele agredi-la novamente e para evitar que ela entrasse em um ciclo vicioso de agressões”. No processo, ela detalhou que o rapper a obrigava a participar das ‘maratonas sexuais’, os chamados ‘Freak Offs’, para que ele presenciasse e gravasse ela performando atos sexuais com garotos de programa.

Assim como as alegações atuais da promotoria de justiça de Nova York, Cassie detalhou no processo que os ‘Freak Offs’ aconteciam à base de muitas drogas, como ecstasy, cocaína, GHB (conhecido no Brasil como “Boa Noite Cinderela”), cetamina, maconha e bebidas alcoólicas.

Cassie também revelou que quando se separou de Diddy, em 2018, após um jantar, ele teria invadido a casa dela e a estuprado.

Resultado do processo

Um dia depois que o rapper foi notificado sobre as denúncias, ele e Cassie entraram em um acordo de ‘satisfação mutua’. Nele, o Diddy pagou uma quantia para a cantora em troca da assinatura de um contrato de não divulgação dos fatos.

Contudo, após as denúncias feitas por Cassie, nove outras pessoas, sete mulheres e dois homens, procuraram a justiça para denunciar abusos semelhantes aos relatados pela cantora. Aspecto que motivou uma investigação federal que culminou em um mandado de busca e apreensão nas propriedades do rapper em março deste ano.

Vídeo das agressões vazado

Meses após a assinatura do contrato de não divulgação, em maio deste ano, a CNN conseguiu e divulgou um vídeo gravado em 2016 pelas câmeras de segurança do hotel InterContinental, em Los Angeles, nos EUA. Nas imagens, é possível ver a Cassie tentando fugir do quarto de hotel em que ela e Diddy estavam hospedados. Ela aparece correndo para um elevador, quando, em seguida, o rapper consegue alcançá-la e começa a chutá-la e arrastá-la em direção ao quarto, além de outras agressões.

As imagens convergem com o depoimento de Cassie no processo movido em novembro de 2023. Conforme o documento, Diddy teria pago US$ 50 mil, na época dos fatos, pelas filmagens.

Prisão

As denúncias das outras vítimas culminaram na prisão de Diddy na última segunda-feira (16). Na ocasião, ele solicitou o pagamento de fiança, o pedido foi negado e, por isso, segue preso.

Ao negar a fiança do rapper na quarta-feira (18), o juiz Andrew L. Carter Jr, do Tribunal Federal de Manhattan, afirmou estar preocupado com a possibilidade de que Diddy obstruísse a justiça ao tentar coagir as testemunhas. A promotoria alegou que, por meses, o rapper vinha “alimentando vítimas e testemunhas com narrativas falsas”, enquanto às vezes tinha cúmplices gravando as conversas. A defesa de Diddy nega as alegações.

Veja a explicação do caso


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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento