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Debate em BH: candidatos fazem dobradinha, trocam alfinetadas e falam de propostas; veja os embates

Em “debate cruzado”, promovido pelo O Tempo, dois candidatos se confrontaram diretamente a cada bloco, com uma ordem determinada por sorteio

Na reta final de campanha, a seis dias do primeiro turno, o jornal O Tempo realizou, na tarde desta segunda-feira (30), um debate para prefeitura de Belo Horizonte. Seis candidatos estiveram presentes: Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Gabriel Azevedo (MDB), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT).

Segundo os organizadores, o prefeito e candidato à reeleição à prefeitura de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), foi convidado, mas teve outros compromissos e não compareceu.

Chamado de “debate cruzado”, dois candidatos se confrontaram diretamente a cada bloco, com uma ordem determinada por sorteio. Com temas livres, alguns confrontos resultaram em dobradinhas, alfinetadas e propostas; veja a seguir

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Duda x Rogério

Em tom amistoso, os dois candidatos que disputam votos do campo da esquerda apresentaram suas propostas para educação da capital. Responsável pela pergunta, Duda Salabert (PDT) questionou a política de Rogério Correia (PT) voltada para aumentar o número de estudantes leitores em BH. No entanto, os dois se uniram para criticar a atual gestão da prefeitura. “Nós decaímos no IDEB. Já foram 5 secretários de educação e, segundo a pesquisa Retratos, BH, hoje, não está nem entre as 10 capitais em número de leitores”, afirmou Duda.

“Eu tenho que dizer, em primeiro lugar, que a rede municipal é excelente. Todos os professores são concursados e isso acontece por causa da Lei Orgânica - em que não pode haver professor contratado”, explicou Rogerio. “Então, o que leva a essa queda? Uma instabilidade que é uma negociata do prefeito com partidos políticos. Cinco secretários, isso é um absurdo; é fazer da educação uma moeda de troca”, concluiu o petista.

Rogério x Bruno Engler

O candidato Rogério Correia (PT) perguntou ao candidato Bruno Engler (PL) sobre o que ele chamou de "índice grande de faltas” na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Rogério disse que Tramonte teve 35,3% de faltas em audiências no parlamento e alegou que Engler teve 47,2% em seis anos de mandato. De 868 reuniões, Rogério diz que Engler esteve ausente em 409. O petista também questionou se Engler acredita no processo eleitoral, nas vacinas e na crise climática.

Engler desmentiu as alegações de Rogério. “Eu não sei onde Rogério tirou esses números. Se ele estava muito doido, se estava utilizando alguma substância. Eu sou um deputado ativo na Assembleia, participo das reuniões, participo das comissões. Tenho mais de 70 projetos de lei apresentados e projetos importantes. Não é declaração de utilidade pública, de relevante interesse cultural não. Eu tenho 7 leis aprovadas na Assembleia, das quais eu tenho muito orgulho, Rogério”, ressaltou Engler.

“Fez ofensas, mas não respondeu. Não deve ter tomado Cloroquina. Deve ser substância química, que ele tá falando”, rebateu Rogério.

Engler encerrou a discussão e disse que “Rogério é um mentiroso contumaz e representa o que há de pior na política nacional. O projeto do PT, do roubo, do conchavo”.

Bruno Engler x Viana

Os dois candidatos fizeram uma dobradinha para falar de transporte. Bruno Engler destacou que BH é uma cidade travada e apontou a utilização da inteligência artificial como uma forma de amenizar os problemas de mobilidade. Carlos Viana (PODE), ao responder a pergunta, destacou que é preciso que a engrenagem toda funcione e não somente um aparelho tecnológico.

“Nós vamos fazer que os ônibus passem a ser integrados com o metrô, aí sim, nós podemos colocar mais ônibus para circular na cidade. Metrô vai ser inaugurado em 2028 e nós vamos fazer com que a população tenha uma tarifa única e acabar com esse subsídio absurdo de 1 bilhão de reais”, respondeu Viana.

Bruno completou, ao dizer que vai fazer diferente de Kalil. “Eu vou fazer o que o Kalil prometeu e não teve coragem: abrir a caixa preta da BHTrans. Não tenho receio nenhum de rescindir contratos de ônibus, que é uma herança do PT, durante o governo Pimentel”.

Viana x Gabriel

Viana iniciou sua pergunta a Gabriel Azevedo (MDB) dizendo que gostaria de “devolver um elogio”. “Como presidente da câmara, teve a coragem de falar da Pampulha e do contrato bilionário que a prefeitura fez”, disse Viana se referindo ao político do MDB. “ Por que a CPI não foi pra frente, por que esse contrato é abafado e por que não se investe na recuperação da Lagoa da Pampulha?”, questionou Viana.

Gabriel aproveitou o momento para atacar o atual prefeito Fuad, que não compareceu ao debate.

Gabriel x Tramonte

Emendando o ataque a Fuad, Gabriel aproveitou para mencionar Kalil. “Fuad é um prefeito ausente, porque teve um pai político ausente. Kalil abandonou a prefeitura para perder a eleição estadual e brigou com todo mundo que ajudou ele a ser prefeito, todo mundo foi abandonado pelo Kalil”, afirmou.

Em seguida, Gabriel questionou Tramonte (Republicanos) em relação ao plano diretor e a mobilidade da cidade. Tramonte se irritou com a forma da pergunta, e destacou que as perguntas são muito técnicas para tentar derrubá-lo.

“Se eu vou ter um secretário técnico, ele vai ter que responder para mim. Prefeito não tem que saber de tudo não, daqui a pouco vão me perguntar quais as placas de todos os carros de BH. É muito fácil vir aqui, elaborar perguntas técnicas, mas ninguém pergunta o que vai ser para o cidadão”, concluiu Tramonte.

Tramonte x Duda

Na última rodada, na vez de Duda para ser questionada. Tramonte fez uma pergunta à candidata do PDT sobre Segurança Pública. Ao responder, a candidata destacou a falta de patrulhamento para o comércio, que, segundo ela, está para fechar as portas pela quantidade de roubos.

“Com segurança não se brinca, hoje, o comércio sofre, por isso precisamos reforçar a guarda municipal. Aumentaremos a frota da Guarda Municipal e estaremos criando uma patrulha só pra o comércio”, propôs Tramonte.

Duda, no entanto, aproveitou a tréplica para voltar a falar da exploração ilegal de minério na Serra do Curral. “Por que eu estou trazendo esse tema? Porque o maior inimigo da Serra do Curral é o governo Zema. A serra tá desprotegida e o Zema é quem está apoiando Tramonte, que não tem menção nenhuma a Serra do Curral no seu plano de governo”, finalizou Duda Salabert, que tem destacado que é candidatura que mais defende as políticas ambientais na capital mineira.


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Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo
Correspondente da Rádio Itatiaia em São Paulo. Ingressou na emissora em 2023. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. Na Band, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na Band News FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do Band News TV. Em 2023, foi reconhecido como um dos 30 jornalistas mais premiados do Brasil.