Em 2024 as empresas aéreas de todo o mundo transportaram 9,5 bilhões de passageiros em voos nacionais e internacionais, número 9% maior do que em 2023, superando com folga os patamares pré-pandemia da Covid19. É como se cada um dos 8,215 bilhões de habitantes do planeta tivesse voado quase 1,2 vez no ano passado.
As previsões para 2025 são de um novo aumento de viajantes, para algo em torno dos 9,8 bilhões, Isso caso a imposição de tarifas nas exportações aos Estados Unidos não impacte o ambiente global de negócios de forma dramática e os conflitos geopolíticos não se agravem.
Entre 2024 e 2043, o tráfego global de passageiros deverá crescer a uma taxa média de 3,4%. Isso significa que, até 2045, o número global de passageiros deverá aproximadamente dobrar em comparação com 2024.
Rotas e horários cuidadosamente selecionados, além de frotas cada vez mais modernas compostas por aviões de crescente autonomia estão permitindo um vigoroso aumento no tráfego internacional (já é possível voar sem escaladas, por exemplo, de Perth, na Austrália, até Londres; ou de Nova York a Cingapura). Esse mercado cresceu 14% em 2024 e deve avançar outros 7% em 2025, chegando aos 4 bilhões de viajantes segundo a Airports Council International, organização baseada no Canadá cujos 573 membros operam 1751 aeroportos em 174 países.
Já as previsões para o movimento nas rotas domésticas em todo o mundo é de um avanço de 4% este ano, chegando a 5,8 bilhões de passageiros.
As projeções apontam para 7,5 bilhões de passageiros em rotas internacionais e 10,1 bilhões em rotas domésticas em 2043.
Os Estados Unidos são atualmente o maior mercado de aviação do mundo, com 876 milhões de passageiros deslocados em 2024, a maioria em voos domésticos. O número expressa um incremento de 5,2% na movimentação de 2023.
A China é o segundo mercado mundial da aviação, com 741 milhões de pessoas transportadas em 2024 (18,7% de crescimento frente a 2023), seguida pelo Reino Unido, onde 261 milhões de passageiros voaram no ano passado. Espanha, que tem no turismo sua principal fonte de renda, ocupa o quarto lugar no ranking e registrou 241 milhões de passageiros no ano passado.
Na sequência vem a India, com 211 milhões de passageiros e avançando rápido (o país colocou 88 novos aeroportos em operação nos últimos onze anos e outros 50 serão inaugurados até 2030). Depois, o Japão, com 206 milhões de viagens.
O Brasil vem bem atrás, com 118 milhões de passageiros somados os voos nacionais e aqueles para fora do país no ano passado.
Detalhes: nove das dez rotas mais movimentadas do mundo ficam na região Asia-Pacifico.
O maior medo dos passageiros
É comum imaginar serem as turbulências e as decorrentes preocupações com segurança o principal temor dos passageiros.
Porém, segundo estudo Travel Trends 2025 da Booking.com, a maior fonte de estresse não são as condições de voo em si, mas sim a incerteza em relação a atrasos e cancelamentos, fatos comuns em uma indústria da aviação em plena expansão.
O que se poderia chamar de “ansiedade de cancelamento” é uma reação eminentemente racional, pois a probabilidade de uma ruptura na agenda do passageiro em caso de voos que não decolam no horário é muito maior do que um acidente de avião propriamente dito.
As estatísticas Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), por sinal, registraram em 2024 apenas 1,13 acidente por milhão de voos – ou seja, quase literalmente uma possibilidade em um milhão – enquanto as estatísticas de atraso de voo elaboradas pela plataforma de gestão de viagens Travelperk, da Espanha, mostram que a probabilidade de se ter que enfrentar um atraso ou cancelamento de voo é de até 37%.
Tanto os riscos reais quanto os percebidos influenciam os processos de tomada de decisão da maioria dos viajantes, estejam eles plenamente conscientes disso ou não. A ansiedade pode ser um fator decisivo na escolha de uma ou outra companhia aérea.
É por isso que as empresas sempre se preocupam em explorar positivamente uma série de elementos: uma imagem de segurança; seus anos de tradição no mercado; um estilo de voar diferenciado; as qualidades de uma frota jovem e a qualificação de suas tripulações. Combinando todos esses ingredientes, o que se pretende é vender a ideia de que, mais do que um simples deslocamento seguro pelo ar, o passageiro terá uma experiência altamente agradável durante suas horas a bordo.
Os números falam por si. Estima-se que as companhias faturaram em conjunto, no mundo todo, 996 bilhões de dólares em 2024. E gastarem algo entre 7% e 10% disso em ações em marketing e publicidade. Afinal, não basta ser a melhor opção de voar: é preciso parecer a melhor opção para o passageiro.