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Números e histórias mostram importância da Sul-Americana, que pode valer trinca ao Galo

Galo avançou à final do torneio continental nessa terça-feira (28), ao vencer Independiente del Valle na Arena MRV, em Belo Horizonte

Coluna do Alexandre Simões, comentarista da Itatiaia

Dos 38 clubes brasileiros que já disputaram a Copa Sul-Americana desde 2003, o Atlético brigará dia 22 de novembro, em Assunção, contra Lanús, da Argentina, ou Universidad de Chile para ser apenas o quinto a conquistar a taça. E nessa lista de participações temos todos os chamados 12 grandes e entre as equipes que venceram o Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, em todas as suas fases e formatações, apenas o Guarani, de Campinas, nunca participou do torneio internacional.

Esses números evidenciam a importância da Copa Sul-Americana, mas há ainda mais aspectos que não podem ser desprezados nesse sentido. Das 22 edições com participações brasileiras, em 18 pelo menos um clube do País foi semifinalista, com 12 finais disputadas e as cinco taças conquistadas por Internacional (2008), São Paulo (2012), Chapecoense (2016) e Athletico-PR (2018 e 2021).

O título da Chapecoense em 2016 foi concedido pela Conmebol e Atlético Nacional após a delegação do clube catarinense sofrer um acidente aéreo quando ia para Medellín, na Colômbia, para a disputa da partida de ida da decisão de 2016. Foram 71 mortos entre jogadores, integrantes da comissão técnica, diretoria e imprensa.

Decisões

Das 12 finais disputadas por clubes brasileiros, seis foram contra argentinos, o que pode se repetir se o Galo tiver o Lanús pela frente dia 22 de novembro, em Assunção. Nessa batalha, são dois títulos nossos apenas, com o Internacional batendo o Estudiantes, em 2008, e o São Paulo o Tigre, em 2012.

Foram quatro os insucessos, com o Goiás e o Flamengo sendo vices do Independiente, em 2010 e 2017, respectivamente. O Lanús conquistou sua taça, em 2013, sobre a Ponte Preta, e no ano passado, o Racing bateu o Cruzeiro.

Nas outras seis finais brasileiras, foram três os adversários equatorianos, com a LDU batendo o Fluminense, em 2009, e o Fortaleza, em 2023, e o Independiente del Valle, o São Paulo, em 2022.

Por duas vezes, o Brasil teve a Colômbia pela frente e levou a melhor em ambas, com a Chapecoense ficando com a taça em 2016, numa final em que teria o Atlético Nacional pela frente, e o Athletico-PR, único clube brasileiro bicampeão da Sul-Americana, superando o Atlético Junior em 2018.

Em 2021, tivemos uma decisão 100% brasileira, com o Furacão sendo bicampeão em cima do Bragantino.

Se a Universidad de Chile passar pelo Lanús, na próxima quinta-feira (30), no La Fortaleza, pela primeira vez teremos uma final entre brasileiros e chilenos na Copa Sul-Americana.

Recordistas

Entre os 38 clubes brasileiros que já jogaram a Copa Sul-Americana, o recordista é o São Paulo, com 14 participações. O Atlético aparece na segunda colocação desse ranking, com 11 disputas.

O máximo que o Galo tinha chegado era à semifinal, em 2019, quando foi semifinalista e caiu diante do Collón, da Argentina.

Agora disputará a sua primeira final, com a chance de igualar um feito, que entre os clubes brasileiros, apenas Internacional têm, que é a trinca dos títulos da Conmebol neste momento.

A entidade tem como competições de clubes as Copas Libertadores, Sul-Americana e a Recopa, que é disputada entre os vencedores dos dois torneios. O Galo, dia 22 de novembro, pode ter as três taças em sua galeria. E encerrar uma série de três vice-campeonatos seguidos do futebol brasileiro no torneio.

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Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro