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Cortejada pelo PT, Duda descarta vice, diz que sua candidatura é ‘histórica’ e que estará no 2º turno

Terceira deputada federal mais votada em 2022, Duda Salabert mantém candidatura mesmo com insistência para integrar ‘frente de esquerda’

Duda Salabert mantém pré-candidatura à Prefeitura de BH

Desde o início da pré-campanha à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o Partido dos Trabalhadores (PT) tenta costurar, a nível municipal, uma espécie de “frente ampla”, aglutinando partidos do campo da esquerda, nos moldes que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu fazer para as eleições presidenciais de dois anos atrás.

O alvo principal nessa estratégia é conseguir retirar a pré-candidatura de Duda Salabert (PDT), terceira deputada federal mais votada do Estado no último pleito — quando conseguiu angariar 208 mil votos. Duda já havia sido a vereadora mais votada da história da capital mineira em 2020, com mais de 30 mil votos, um feito inédito na política belo-horizontina. Para isso, o seu colega de Câmara dos Deputados, Rogério Correia (PT), que teve a candidatura confirmada por Lula no fim do mês passado, ofereceu a vaga de vice à parlamentar.

Duda não abre mão da campanha. À Itatiaia, ela disse que sua candidatura é “histórica” e que estará no segundo turno das eleições.

“Minha preocupação hoje é debater propostas estruturantes para melhorar o transporte, a segurança pública , a saúde e outras questões de Belo Horizonte”, dizsobre a oferta petista.

“Estarei no 2º turno”, projeta. “Além disso, temos que considerar que nossa candidatura é histórica! Nunca tivemos uma pessoa trans disputando uma prefeitura de uma capital no Brasil e nem na América Latina. E, infelizmente, talvez não teremos novamente no futuro próximo. Ainda mais uma candidatura competitiva, que tem chances reais de se eleger. Manter nossa candidatura é um dever com os movimentos sociais brasileiros”, explica.

Na última pesquisa Datafolha, Duda Salabert aparece na terceira posição, com 10% das intenções de voto, empatada dentro da margem de erro com o líder, Mauro Tramonte (Republicanos, com 19%), João Leite (PSDB), que aparece com 12%, o próprio Rogério (PT, com 8%), Carlos Viana (Podemos, com 8%), Bruno Engler (PL, com 7%) e o atual prefeito, Fuad Noman (PSD, 6%).

Sem o “sim” de Duda, a pré-candidatura de Rogério Correia conta, até o momento, com os apoios de PCdoB e PV (que integram a Federação Brasil Esperança ao lado do PT), e com a Federação Psol-Rede. As deputadas Bella Gonçalves (Psol) e Ana Paula Siqueira (Rede) retiraram suas pré-candidaturas nos últimos dias para fortalecer a do petista. A psolista irá coordenar a campanha de Rogério, que ainda deixa a vaga de vice em aberto e à espera de Duda — que não dá sinais, por enquanto, de que irá aderir.

“Fizemos o convite, então, vamos dar o tempo. Nós estamos marcando nossa convenção para o dia 4 de agosto”, disse Correia à reportagem, em referência à reunião partidária que irá homologar a sua candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte.

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O petista diz, ainda, que um acordo em torno de seu nome tem mais chance de sucesso, sobretudo pelo apoio explícito de Lula. O período para a realização de convenções partidárias vai de 20 de julho a 5 de agosto, mas os partidos tem até o dia 15 do mês que vem para registrarem suas candidaturas junto à Justiça Eleitoral.

Interlocutores ligadas à deputada federal afirmam que há certo desgaste sobre o assunto e que toparia a aliança da “frente ampla”, desde que encabeçassem a candidatura com Rogério de vice. A proposta também não vingou.

Se a sinalização de Lula em direção a Rogério não foi suficiente para tirar Duda Salabert da jogada, foi decisiva para que Bella Gonçalves abrisse mão de sua pré-candidatura.

“Eu sou também uma mulher LGBT e tenho apreço e admiração gigantes pela companheira Duda. Nós debatemos que era importante avançar no sentido de uma unidade progressista que poderia ser encabeçada por mim, por Duda e por Rogério, mas que era importante que ela acontecesse”, disse também à reportagem.

“O presidente Lula foi responsável pela articulação democrática capaz de vencer as últimas eleições no Brasil, que pareciam impossíveis. Então, uma opinião dele, um pedido dele a nós, não pode ser desconsiderado”, conclui.

A convenção partidária do PDT, de Duda, está marcada para o dia 27 de julho.


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Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.