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Preso por ataques no dia 8 de janeiro morre após passar mal na Papuda

Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, faleceu durante o banho de sol, e senadores da oposição criticam STF

Clezão teria participado dos ataques promovidos por bolsonaristas no dia 8 de janeiro, em Brasília

Clezão teria participado dos ataques promovidos por bolsonaristas no dia 8 de janeiro, em Brasília

Reprodução

Um homem de 46 anos que estava preso pelos ataques contra a sede dos Três Poderes, ocorridos no dia 8 de janeiro deste ano, em Brasília, morreu durante o banho de sol no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2, parte do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão do Ramalho, sofreu um infarto fulminante e, mesmo sendo atendido pelos socorristas, faleceu no local.

A morte foi confirmada nesta tarde pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal que, em nota, deu detalhes sobre o ocorrido. “O reeducando era acompanhado por equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde localizada na própria unidade prisional desde a entrada na unidade em 09/01/2023. Hoje, esta mesma equipe de saúde realizou manobras de reanimação assim que constatado o mal súbito até a chegada da equipe do SAMU e Bombeiros que foram imediatamente acionados”, esclareceu.

Clezão era natural do distrito do Ramalho, na Bahia, mas residia no Distrito Federal há mais de 20 anos. Ele era irmão do vereador de Feira da Mata, na Bahia, Cristiano Pereira da Cunha - conhecido como Cristiano do Ramalho. A morte ocorreu durante um banho de sol na manhã desta segunda-feira (20), quando Clezão sofreu um infarto fulminante.

A morte de Clezão, que era apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), repercutiu entre parlamentares ligados à direita. No plenário do Senado, nesta segunda-feira (20), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) denunciou que a vítima já deveria ter sido solta. “A informação que tenho sobre esse caso, e que agrava ainda mais a situação, é que ele teria recebido da PGR o pedido de soltura desde o dia 1º de setembro, e o pedido estava lá na mesa do ministro Alexandre de Moraes”, denunciou.

Na rede X (antigo Twitter), o Senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) pediu uma investigação a respeito do caso. “A morte de Cleriston Pereira da Cunha materializa o absurdo da ausência do devido processo legal e da burocracia que vem cerceando direitos dos presos pelos atos de 08 de janeiro. Cleriston, que já havia conseguido um parecer favorável da Justiça para ser solto em setembro, continuava detido no Complexo Penitenciário da Papuda. É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido”, alegou.

Cleriston, que teria participado dos ataques promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no dia 8 de janeiro, em Brasília, havia sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes. Em setembro, a própria PGR havia se manifestado pela liberdade do detento, que ainda aguardava decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que é relator do caso na Suprema Corte.

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