A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG) não descarta acionar a Justiça para obter informações a respeito da organização da eleição para o Conselho Tutelar de Belo Horizonte. O pleito foi remarcado para 3 de dezembro após problemas na primeira votação, marcada por inconsistências
O tema foi debatido nesta segunda-feira (30), em audiência pública na sede da Defensoria Pública, no Centro da capital. Segundo a DPMG, pedidos de informação feitos pelo órgão a respeito do pleito de dezembro teriam ficado sem resposta.
Durante a audiência, conselheiros tutelares, candidatos às vagas em disputa e vereadores fizeram coro aos questionamentos dos defensores públicos.
Responsável por convocar a reunião, a defensora Daniele Bellettato Nesrala disse que a ideia é “evitar a todo custo” que a organização do pleito seja feita por meio do Poder Judiciário. Apesar disso, ela afirmou que o caminho das ações judiciais será adotado caso seja “necessário”.
Candidata a um dos assentos do Conselho Tutelar da Regional Barreiro, Hélida Fernanda de Oliveira Lourenço aproveitou a audiência para protestar contra a comissão responsável por organizar a eleição.
“Não tem diálogo, transparência e não passam as informações de como proceder, principalmente após a anulação. Sabemos que o processo em 1° de outubro teve inúmeras irregularidades”, apontou.
Conselheira na Pampulha, Maria Eliza Abreu Cruz de Morais ficou em primeiro lugar na regional, com quase 1 mil votos. A necessidade de voltar às seções de votação fez ela recomeçar o processo de busca por apoios.
“Foi todo um trabalho sendo jogado fora — não só meu, mas de todos. Agora é recomeçar, da mesma maneira que fizemos, com amigos, familiares, filhos, mãe, pai, marido e irmãos, buscando, de novo, o apoio da família e da comunidade — para que eu possa voltar a ser uma das cinco eleitas”, projetou.
Queixas dos candidatos
Para Daniele Bellettato, há pouca divulgação da nova data do pleito. Segundo a defensora pública, candidatos e eleitores têm diversas dúvidas a respeito das regras da disputa. Os problemas no sistema da Prodabel, aliás, vão fazer com que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH)
“As principais queixas do candidato são (pela) absoluta falta de informação. A prefeitura encaminhou um e-mail, dois ou três dias depois da anulação da eleição, passando regras bem superficiais e dizendo que estava, simplesmente, retomando a fase anterior, da homologação das candidaturas — e (informando) que, a partir dali, os candidatos poderiam fazer suas campanhas, mas não trouxe mais nenhuma regra”, falou.
A Prefeitura de BH, que não enviou representantes para a reunião desta segunda, foi procurada pela Itatiaia para comentar as alegações da defensora pública e, também, dos candidatos e conselheiros. Se houver resposta, este texto será atualizado.