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Justiça nega recurso da Câmara de BH e arquiva segunda CPI da Lagoa da Pampulha

Comissão foi aprovada depois que a anterior terminou sem a aprovação de um relatório

Câmara tentou abrir nova CPI para investigar contratos da PBH para limpeza da Lagoa da Pampulha

Uma decisão do desembargador Bitencourt Marcondes, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), acabou, definitivamente, com a tentativa da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) de abrir uma segunda CPI sobre a Lagoa da Pampulha.

O Judiciário negou recurso do Legislativo, que argumentava que a suspensão da comissão provocaria “dano reverso”, incluindo prejuízo aos cofres públicos “em razão da possibilidade de prescrição das ações a serem ajuizadas contra os agentes responsáveis”.

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"(...) a possibilidade de prescrição das ações a serem ajuizadas contra os agentes responsáveis apresenta-se vago e desprovido de elementos objetivos suficientes a demonstrar a ocorrência de lesão ao direito invocado ou ao resultado útil do processo, na medida em que o dano não pode ser presumido, ao contrário, deve ser comprovado pela parte”, diz trecho da decisão.

Entenda o caso

Em dezembro de 2022, a CMBH abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos da Prefeitura de Belo Horizonte com empresas que prestam serviço de limpeza no espelho d'água. Após seis meses de trabalho, o relatório do vereador Bráulio Lara (Novo) foi rejeitado pelos integrantes do colegiado por 4 votos a 3. O documento pedia o indiciamento de servidores técnicos da PBH e do próprio secretário de Governo, Josué Valadão.

No dia seguinte, um outro relatório, da vereadora Flávia Borja (PP) - que excluía a menção ao secretário - foi apresentado, mas retirado de pauta. Com o término da sessão e do prazo de funcionamento da CPI, a comissão acabou sem a aprovação de um relatório.

Com a derrota, o presidente da Câmara, vereador Gabriel Azevedo (sem partido) articulou a abertura de uma nova CPI, com o mesmo objetivo, e conseguiu reunir número mínimo de assinaturas. No entanto, a prefeitura acionou a Justiça para barrar o início da nova comissão.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.