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CPI da Pampulha: relatório que pede indiciamento de secretário é entregue nesta terça (11)

Josué Valadão é acusado pelos vereadores por crimes de corrupção passiva, prevaricação, dentre outros

Relatório da CPI da Lagoa da Pampulha será entregue nesta terça

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lagoa da Pampulha entrega, nesta terça-feira (11), o relatório final, fruto de uma investigação que ocorreu nos últimos meses na Câmara Municipal de Belo Horizonte. O documento tem 549 páginas e é assinado pelo vereador Bráulio Lara (Novo).

“O relatório traz a descrição de tudo que foi investigado, principalmente os afrontes que tivemos ao tombamento cultural da Lagoa da Pampulha. Nós temos o problema no contrato de desassoreamento, que ele praticamente não cumpriu devidamente o seu propósito. Para vocês terem uma ideia, enquanto a gente está falando de desassoreamento, houve aterramento deliberado dentro da Lagoa”, afirmou.

Os documentos e transcrições das oitivas da CPI renderam mais de 20 mil páginas. Foram 50 horas de reuniões e mais de 30 oitivas, audiências públicas e visitas técnicas nos últimos meses. O relatório pediu o indiciamento de uma série de agentes públicos, além do atual secretário municipal de Governo, Josué Valadão.

“Ele foi o secretário de Obras e Infraestrutura na época dos contratos. Além dele, todos que estão abaixo, dentro da Diretoria de Gestão de Águas, o senhor Ricardo Miranda Aroeira, e a senhora Ana Paula Furtado [engenheira do órgão]. Dentro da secretaria, [pedimos indiciamento] de todos os responsáveis pela área de manutenção e fiscalização dos contratos que também tiveram participação direta nessas licitações e contratações”, detalha o vereador.

Além do secretário e dos servidores, o relatório também pede o indiciamento das prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e da Companhia de Saneamento e Abastecimento de Minas Gerais (Copasa) - por crime ambiental, crimes contra o patrimônio público e prevaricação. O ex-secretário de Meio Ambiente, Márcio Werneck também foi citado, “por condutas inapropriadas que atingem frontalmente toda a estrutura do tombamento da Lagoa da Pampulha”, conta o relator.

O relatório cita, ainda, que o trabalho feito na despoluição do espelho d'água é o “enxugamento de gelo”, em que contratos eram firmados entre a prefeitura e as empresas, mas o problema não foi sanado, de fato.

“Um ciclo infinito que a gente está chamando de processo de ‘enxuga gelo’, que nunca vai acabar e o dinheiro vai sendo gasto, praticamente saindo pelo ralo”, completa o parlamentar.

A partir de agora, o relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal, que poderá ou não acatar as recomendações para indiciamento feitas pela CPI.

Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte não se manifestou sobre o relatório da comissão. A Prefeitura de Contagem, na região metropolitana, disse que “ainda não tem conhecimento do relatório”. Já a Copasa, informou, em nota, que só irá se manifestar “após conhecimento e análise de toda a documentação”.

Tem mais de 27 anos de experiência jornalística, como gestor de empresas de comunicação em Minas Gerais. Já foi editor-chefe e apresentador de alguns dos principais telejornais do Estado em emissoras como Record, Band e Alterosa, além de repórter de rede nacional. Foi editor-chefe do Jornal Metro e também trabalhou como assessor de imprensa no Senado Federal, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e no Sesc-MG. Na Itatiaia, onde está desde abril de 2023, André é repórter multimídia e apresentador.
Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.