O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), disparou contra a oposição ao governo de Romeu Zema (Novo) - referindo-se a ela como “irresponsável” - e disse que o
Após passar a última quinta-feira (29) em negociações, a base do governo e a oposição não chegaram a um acordo para votar a autorização para Minas aderir ao PAF. Sem a aprovação dentro do prazo, que se encerra nesta sexta-feira (30), o Governo de Minas corre o risco de pagar uma dívida de R$ 15 bilhões, à vista, ao governo federal.
“Lamento muito o comportamento da oposição até aqui. A oposição resolveu não votar o PAF. Encerramos já a sessão de hoje sem votação. A perspectiva que a gente possa votar o projeto no prazo é nenhuma a essa altura”, disse Simões, que está em Araxá, no Alto Paranaíba.
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Simões confirmou que o
“Vamos judicializar, tentando, no STF, buscar o direito de Minas Gerais de adesão dada à obstrução feita de forma irresponsável pela oposição ao governo”, confirmou o vice-governador.
Na sessão da última quinta-feira (29), base e oposição não conseguiram se entender sobre a votação de dois projetos na pauta. Além do PAF, outra proposta que tramita em segundo turno e foi a plenário é o do reajuste salarial para professores. A oposição queria que a pauta de votação fosse invertida e que, dessa forma, o projeto que beneficia os servidores da educação fosse à votação primeiro, o que não aconteceu. Sem acordo costurado, os dois projetos não foram votados.
“No governo Pimentel [entre 2015 e 2018], o PAF foi renovado com voto da oposição e com os votos do PT - que agora se vira de costas para o povo mineiro. Eu vou repetir: são R$ 15 bilhões. É 10% de toda a arrecadação do estado, o equivalente a quatro folhas de pagamento do estado”, disse Simões.
Irritado, o vice-governador disse, ainda, que a consequência para a não-adesão ao PAF e do pagamento bilionário ao governo federal é o atraso no pagamento de salários dos servidores.
“Se nós tivermos que pagar essa multa com retenção de valores, vamos começar a dever salário para servidor daqui a 45 dias. Agora, eu me pergunto: esse é o Partido dos Trabalhadores. Um partido que hoje obstruiu os trabalhos depois de todas as conversas que nós tivemos, tudo que nós pontuamos para eles, resolveram obstruir por obstruir”, disparou.
O que diz a oposição?
Na Assembleia, logo após a sessão ser encerrada por falta de quórum, o líder da oposição, deputado Ulysses Gomes (PT), deu outra versão para o desentendimento na Casa e rechaçou que os partidos tenham sido intransigentes.
“Nós buscamos informações, diálogos e propostas a todo momento. Eles negaram. Negaram, inclusive, a inversão de pauta para a gente votar em primeiro momento o reajuste dos servidores, em especial da educação. Não houve e não há intransigência. Há disposição de buscar alternativas, o que não houve da parte deles [governo]. Da parte deles é intransigência só do que eles querem que é implementar o Regime de Recuperação Fiscal do estado que, infelizmente, é penoso para toda a sociedade”, afirmou.
Gomes disse, ainda, que deputados da própria base de Zema esvaziaram a sessão e que a oposição estava reunida para dar continuidade às conversas na tentativa de inverter a pauta. Segundo ele, além da inversão de pauta, a oposição propôs a aprovação de recomposição salarial de 5,8% para todos os servidores, juntamente com a educação, que receberia 12,84% devido ao piso nacional da categoria.
“Eles não topam discutir e jogam a intransigência à oposição. Infelizmente, vai ser uma briga de narrativa e nós vamos continuar aqui de cabeça erguida, unidos, certos de que a nossa defesa ela tem sustentação técnica, política e moral, sobretudo na valorização dos servidores e dos investimentos que Minas precisa”, acrescentou Ulysses Gomes.