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Tarifaço do Trump: BNDES começa a liberar crédito de R$ 40 bilhões nesta semana

Medida foi anunciada para minimizar os impactos do tarifaço anunciado pelo governo Trump contra produtos brasileiros

Crédito de R$ 40 bilhões foi anunciado para evitar impactos do tarifaço dos EUA

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai começar a liberar nesta semana o crédito especial de R$ 40 bilhões para empresários afetados pelas tarifas americanas nas exportações brasileiras.

O anúncio é de José Luís Gordon, diretor do BNDES, em entrevista coletiva durante evento voltado à empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), nesta segunda-feira (15).

“Aqueles médios e grandes empresários podem também procurar o BNDES porque essa semana nós já vamos estar disponibilizando recursos para que os empresários possam ter esse acesso. Então, essa é a recomendação pra todos os empresários afetados, já comecem a procurar seus bancos parceiros, ou, para os maiores, já comece a procurar o BNDES direto, porque essas linhas essa semana já estarão disponíveis”, afirmou Gordon.

Impacto da taxação de Trump

A linha de crédito do BNDES foi anunciada em 22 de agosto, e é uma das medidas do governo federal para tentar minimizar os impactos da taxação de produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos.

Os recursos das linhas de crédito vão de capital de giro e investimentos em adaptação da atividade produtiva, até aquisição de máquinas e equipamentos e busca de novos mercados.

Para aquelas empresários que sofreram com o tarifaço um prejuízo entre 5% e 20%, haverá uma linha especial de capital de giro para diversificação. Já empresas com impacto igual ou superior a 20% poderão acessar todas as linhas e garantias disponíveis.

A taxa de juro varia de 7 a 10% ao ano. Para conceder os empréstimos o BNDES utiliza R$ 30 bilhões do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), e R$ 10 bilhões do próprio banco.

Cobrança por juros mais baixos

Durante o evento, presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, afirmou que a linha de crédito é uma ajuda para os empresários afetados pelas taxas de exportação. Entretanto, o cenário interno de altos juros ainda limita o faturamento das empresas.

“Então isso é um fôlego nesse primeiro momento, enquanto as empresas perdem atividade produtiva, perdem vendas mesmo, receita, elas podem pegar um financiamento. Claro que não é uma solução perene, as empresas têm que encontrar nos mercados ou readequar suas estruturas. Enquanto isso não acontece, o financiamento é uma boa forma de manter as empresas rodando. É um cenário bem complexo, nós estamos com taxa de juros de 15%, que é um patamar muito elevado, que inibe investimento, que é muito difícil um setor produtivo dar um retorno superior a 15%”, afirmou Roscoe.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.