Operação contra Daniel Vorcaro e o Master apreendeu R$ 230 milhões em bens

Operação Compliance Zero, que levou Vorcaro a prisão, teve dezenas de itens de luxo apreendidos pela Polícia Federal

PF apreendeu um jatinho de R$ 200 milhões de Vorcaro

A Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira (18) contra o Banco Master e seu dono, Daniel Vorcaro, apreendeu pouco mais de R$ 230 milhões em bens de luxo. Entre os itens está o jato particular do empresário, um Falcon 7X avaliado em R$ 200 milhões.

Segundo balanço da Polícia Federal, também foram apreendidos R$ 12,4 milhões em obras de arte, R$ 9,2 milhões em veículos e R$ 6,15 milhões em relógios. As autoridades ainda encontraram R$ 2 milhões em dinheiro em espécie, e joias no valor de R$ 380 mil.

A operação da PF teve como objetivo combater a venda de títulos de crédito falsos pelo conglomerado de instituições do Banco Master, que na terça-feira foi liquidado pelo Banco Central. Os títulos eram usados pela instituição financeira para alavancar sua capitalização, oferecendo taxas de juros em percentuais acima da média do mercado.

Com a liquidação do Master, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) deve gastar R$ 40 bilhões para ressarcir as pessoas que compraram Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) do Segundo o Fundo, o conglomerado de Vorcaro possui uma base estimada de 1,6 milhão de credores, com depósitos e investimentos elegíveis ao pagamento da garantia.

Nessa quarta-feira (19), a defesa do banqueiro chegou a pedir a revogação da prisão, argumentando que ele não tinha intenção de fugir do país, mas a Justiça Federal negou o pedido na manhã desta quinta-feira (20).

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As apurações contra Vorcaro e o Master começaram em 2024, após uma requisição do Ministério Público Federal para apurar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.

A investigação também atingiu o Banco de Brasília (BRB) que teve sua cúpula afastada pela Justiça, incluindo o presidente Paulo Henrique Costa e o diretor financeiro Dario Oswaldo Garcia Júnior. O BRB tentou comprar o Master no início do ano, mas o negócio foi barrado pelo Banco Central por inconsistências fiscais.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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