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A suspensão do governo americano, iniciada na madrugada de quarta-feira, compromete a divulgação de indicadores econômicos, incluindo o payroll, esperado para esta sexta-feira. Sem esses dados, cresce a incerteza sobre os próximos passos do Federal Reserve. Segundo a S&P Global, o chamado shutdown pode reduzir em até 0,02 ponto percentual por semana o PIB dos EUA.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, admitiu que a paralisação pode ter impacto negativo no crescimento da economia. A pesquisa ADP, divulgada ontem, já havia apontado corte de vagas no setor privado, reforçando apostas de novos cortes de juros.
No Brasil, a agenda econômica é esvaziada e as atenções se voltam para a decisão da Câmara, que aprovou por unanimidade a ampliação da isenção do IR — promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto ainda precisa passar pelo Senado antes de seguir para sanção.
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a expectativa é de aprovação expressiva também no Senado. Já especialistas avaliam que, embora a medida traga alívio para a classe média, a forma de compensação pode pesar sobre empresas de alta renda, em um país já marcado por elevada carga tributária.
Apesar da vitória política para o governo, analistas avaliam que o efeito sobre o mercado é limitado. “Era para animar, mas parece pouco diante das incertezas externas e do olhar já voltado para 2026”, resumiu o estrategista Bruno Takeo, da Potenza.
Às 11h32, o Ibovespa recuava 0,82%, enquanto em Nova York as bolsas operavam mistas, com Nasdaq em alta de 0,29%.
*Com agências