A confirmação do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), em encontro presencial com o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), nesta quarta-feira (1), de que não será candidato à presidência da República deve atrapalhar os planos do vice-governador de Minas, Mateus Simões (Novo), de ir para o PSD para disputar o governo do estado.
Com a decisão de Tarcísio de concorrer à reeleição, depois conversa que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, vai considerar a possibilidade de se manter na aliança em torno da reeleição de Lula à Presidência em 2026. Com isso, o partido de Kassab terá como candidato natural ao governo em Minas o senador Rodrigo Pacheco, que é do partido e foi peça fundamental no crescimento da legenda no estado. Caso Tarcísio fosse candidato, teria total apoio de Kassab, que cobraria do PSD em Minas apoio ao governador de São Paulo - o que colocaria Zema (que também é candidato à presidencia) em situação de constrangimento ou na posição de senador na chapa.
PSD no campo nacional
Sem Tarcísio na disputa, Kassab, inclusive, pode indicar o nome para o Ministério do Turismo com a saída de Celso Sabino. Segundo apurou a coluna, o presidente do PSD já enviou sinais de que tem interesse em fazê-lo, mas a indicação estaria condicionada ao apoio do PSD ao projeto de reeleição do petista. Interlocutores, apontam que a falta de interesse de Tarcísio em disputar a Presidência da República, em função da divisão da direita e das indefinições do futuro de Bolsonaro, estão minando o entusiasmo de Kassab em torno do projeto.
Em função da polarização politica, o presidente do PSD também coloca na conta a limitação da candidatura do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que é seu Plano B. Uma candidatura de centro, pelas condições atuais, teria poucas chances de vencer uma eleição presidencial.
As lideranças partidárias aguardam a decisão do Supremo sobre o regime de prisão e o tempo definitivo de pena de Bolsonaro para evoluir sobre as alianças para 2026.
Frente ampla
Lula trabalha para manter na chamada frente ampla, além do PSD, partidos como o MDB e até União Brasil, que apesar de ser comandado por políticos ligados à Bolsonaro, tem em seus quadros o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), aliado de Lula e amigo de Pacheco. Alcolumbre, inclusive, já convidou Pacheco para se filiar ao União e espera, no mínimo, que a legenda esteja ao lado do senador mineiro numa possível disputa ao governo.
MDB e o PSB, do presidente nacional e prefeito de Recife, João Campos, também já fizeram convites ao senador mineiro. Dependendo do resultado das negociações, que envolvem o presidente Lula, Alcolumbre e Kassab, PSD, União e MDB, além das legendas do campo da esquerda, podem formar uma frente ampla em torno de Pacheco em Minas, que é o favorito de Lula pra disputar o governo do estado.
Simões
Essa configuração pode impossibilitar o plano do vice-governador de Minas de mudar de partido, o que afetaria a competitividade de Simões e de deputados aliados já que o Novo não tem número significativo de prefeitos, não tem tempo de TV e nem fundo eleitoral.