Um amigo veio me contar que foi desligado.
Não só ele, todos os lideres seniores, 50+, de uma grande empresa.
O argumento era simples: a organização seria reestruturada com a contratação de jovens talentos, em torno de 20 anos, menos experientes, mas significativamente mais baratos, com salários até 40% menores.
Essa estratégia busca a redução da folha de pagamentos no curto prazo, já que profissionais mais velhos requerem maiores salários.
Essa é a chamada “Juniorização” das equipes e pode custar um preço alto.
Há um grande risco em se pagar bem mais caro no futuro quando os 50+ se fizerem necessários para operar em diferentes mercados ou em caso de crises.
Esse tipo de “estratégia” pode inclusive, ameaçar o crescimento da empresa no longo prazo.
Por outro lado, há organizações que têm reavaliado seus preconceitos e voltado a contratar profissionais 50+ devido ao diferencial ligado às soft skills, como: inteligência emocional, equilíbrio, foco em resultados, negociação, solução de conflitos, comprometimento e lealdade. Por exemplo, a Volkswagen do Brasil que recebeu recentemente a certificação internacional: Age Friendly Employer.
A pergunta que fica é: juventude ou maturidade?
Não devia se tratar de uma escolha, mas de uma combinação.
A intergeracionalidade traz complementariedade, inovação de ideias e expertises, ou seja, união de competências, uma real vivência e troca de habilidades.
Curioso o quanto os julgamentos insistem em se apoiar na idade.
Quantas pessoas você conhece com 60, 70+ anos e espírito de 30? E quantas de 20 ou 30 anos que talvez não se divertem, ou têm “energia” como deveriam?
O que deveria definir a idade é a atitude.
Atitude de se ter 60 anos, mas se sentir com 40, pensando com a sabedoria da maturidade, mas estando aberto às inovações e com o vigor da juventude.
O corpo envelhece, mas a vontade de aprender e crescer é uma escolha.
Mais uma vez: importa a atitude.
Do jovem talento.
Do idoso ou profissional 50+.
Da sociedade.
Quando percebermos, a importância de se reconhecer o ser humano, independentemente da idade e o quanto cada um é impar para contribuir da sua forma, à sua maneira, cresceremos enquanto nação.
Conforme pesquisas, em 2030, o Brasil terá a quinta maior população de idosos no mundo. Haverá quatro idosos a cada dez habitantes. Ainda, conforme o IBGE, em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos.
Dessa forma, se faz crucial que as organizações comecem a olhar mais para a inclusão de profissionais 50+, não apenas para evitar a discriminação, ou por questões demográficas, mas para se conscientizar que a experiência da maturidade é combustível para uma sociedade cada vez mais inclusiva, respeitosa e feliz.
Gostaria de trocar mais ideias sobre esse tema? Me chama nas redes, vai ser um prazer conversar com você.
Sou Ingrid Haas, Palestrante, Mentora, Escritora e PhD em Direito. Professora na USP, Facilitadora de Comunicação Integrativa e Não Violenta, Diversidade, Inclusão e Gestão de Conflitos.
Ajudo empresas, equipes e pessoas a enfrentar os desafios de comunicação em ambientes diversos e multiculturais.
Formada em Letras, Direito. Com Mestrado e Doutorado em Direito.
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