Imagine chegar em casa e já ter a mesa posta, café pronto e a casa arrumada por um robô? No escritório, um assistente que nunca se cansa, que entrega tudo no prazo e não reclama? Parece cena de ficção científica? Não mais.
A cada dia, surgem inovações que mudam radicalmente a nossa rotina. Algumas nos encantam; outras, nos deixam bem inquietos. É inegável que os benefícios são enormes e que a promessa de uma vida mais simples e produtiva é tentadora. Mas será que estamos prontos para lidar com o impacto que a inteligência artificial traz para as relações humanas e para os jogos de poder no trabalho e na sociedade?
Os números mostram que a transformação já é realidade. Conforme dados da Google Cloud 2025:
- 74% dos brasileiros já usam IA no trabalho.
- Um outro estudo do Google/Ipsos constatou que o Brasil está acima da média global no uso de IA generativa: 54%
- 49% dos brasileiros dizem que a IA melhora seu desempenho no trabalho.
Contudo, junto com as oportunidades, surgem também desafios e tensões invisíveis, por exemplo: pressão por hiperprodutividade, mudança no perfil da liderança, desemprego, sensação de insegurança, além dos algoritmos poderem reproduzir e ampliar os preconceitos de gênero, raça e idade.
O que precisamos fazer para nos preparar para essa nova realidade?
- Educação contínua: estar dispostos a aprender a usar a IA como parceira e não como ameaça.
- Reskilling (Requalificação): desenvolver uma nova competência para migrar para uma função diferente dentro da empresa ou outro setor, que a IA não substituirá. Significa mudança de rumo, sem rancores e ressentimentos, mas abraçando a ideia da inovação.
- Upskilling (Aprimoramento): aprofundar ou expandir habilidades que já têm, buscando ser mais estratégico, sem mudar de profissão, mas aprimorando a entrega.
- Comunicação e transparência: valores intrínsecos a nossa humanidade estão em voga. Como você se comunica e transmite com honestidade e clareza seus sentimentos será muito necessário, as chamadas Real Skills que descrevi numa coluna anterior.
- Liderança humanizada: buscar aprimorar as qualidades humanas que são únicas e insubstituíveis pela máquina, como: visão, sensibilidade e ética.
No fim, que a reflexão mais importante não seja:
O que a IA está fazendo com a humanidade? Mas sim, o que a humanidade está fazendo com ela?
Se soubermos direcioná-la, a inteligência artificial pode ser usada para melhoria da qualidade de vida, avanços na saúde, ajudar a otimizar nosso tempo, e não nos aprisionar nas telas; para a diminuição das desigualdades sociais e para um futuro mais justo e sustentável.
Que possamos usá-la a serviço do nosso bem-estar e não como fonte de desgaste e adoecimento.
Gostaria de trocar mais ideias sobre esse tema? Me chama nas redes, vai ser um prazer conversar com você.
Sou Ingrid Haas, Palestrante, Escritora e PhD em Direito. Professora na USP, Facilitadora de Comunicação Integrativa e Não Violenta, Diversidade, Inclusão e Gestão de Conflitos.
Ajudo empresas, equipes e pessoas a enfrentar os desafios de comunicação em ambientes diversos e multiculturais.
Formada em Letras, Direito. Com Mestrado e Doutorado em Direito.
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