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Zema foi convencido por parte do governo a não pedir delegação do Carlos Prates para o Estado

Receio inusitado e complicações operacionais foram levadas ao governador

Com isso, é provável que o aeroporto tenha mesmo as atividades suspensas a partir deste sábado

Orientado por parte da cúpula do governo de Minas, o governador Romeu Zema (Novo) não vai mesmo pedir a delegação do aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, para o governo estadual. A ideia inicial era obter uma prorrogação do funcionamento do aeroporto enquanto a gestão mineira prepara uma plano de desmobilização ou de concessão para a iniciativa privada.

Só que o governo federal exige que o Estado assuma imediatamente a gestão do aeroporto, o que, segundo interlocutores, seria inviável operacionalmente - o aeródromo é deficitário, por exemplo.

Outro ponto que levou à rejeição do pedido de delegação do aeródromo para Minas é o receio de que, em um eventual acidente envolvendo um avião do aeroporto, a “responsabilidade” na opinião pública poderia cair no colo de Zema. Uma alegação inusitada, já que o último acidente ocorreu em função de problema na aeronave ou erro do piloto, e não pelas condições do aeroporto.

Com isso, é provável que o aeroporto tenha mesmo as atividades suspensas a partir deste sábado (1º), como determinou a prefeitura de BH.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.