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Empresários cobram reformas, queda na taxa de juros e repudiam revisões do Marco do Saneamento e de privatização da Eletrobras

Um grupo de 30 empresários se reuniu com o Pacheco, Lira, Haddad e o presidente do Banco Central. O setor bancário pediu reformas e industriais disseram que se taxa de juros não baixar, em breve, empresas correm o risco de parar as atividades.

Presidente do Senado, Rodrigo pacheco (PSD), ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira

Os presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD) e da Câmara, Arthur Lira (PP) saíram da reunião, na Residência Oficial do Senado, nesta terça-feira (23), dizendo que querem um parlamento reformista e que não há clima para revisão de pautas já aprovadas pelo parlamento, como a reforma trabalhista, a privatização da Eletrobrás e o Marco Legal do Saneamento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou ter ficado impressionado com o consenso do empresariado e dos políticos em torno da urgência para aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária.

Participaram do encontro cerca de 30 empresários dentre eles Josué Alencar, presidente da Fiesp; Rubens Menin, do grupo MRV e banco Inter; Flávio Rocha, da Riachuelo; Benjamin Steinbruch, da CSN; Rubens Ometo, da Cosan; Isaac Sidney, da Febraban; André Esteves, do banco BTG Pactual. O recado dado à sociedade no pronunciamento das autoridades, após a reunião, foi uma resposta à cobrança enfrentanda durante o encontro.

Taxa de Juros

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi cobrado por empresários e políticos em função do patamar da taxa de juros que está em 13.75%, a mais alta do mundo. Esse foi um tema central, conforme havia sido adiantado pela Itatiaia. Industriais relataram que com a taxa alta, além da inviabilidade de investimento e financiamento, a queda no consumo está provocando a alta de estoques. Teve empresário que disse que, em breve, atividades terão que ser paralisadas e há risco de uma onda de desempregos.

Reformas

O setor bancário cobrou do executivo e do legislativo a realização de reformas como a tributária e a administrativa e Haddad defendeu a importancia das pautas. Segundo Lira, serão realizadas outras reuniões entre o setor produtivo, o parlamento e o executivo serão realizadas. Pacheco afirmou que o clima entre a Câmara, o Senado e o Executivo é de harmonia e Haddad disse que os poderes estão unidos em torno de um projeto de Estado e “não de governo”.

Reunião

A reunião começou às 11h e foi seguida de um almoço. O pronunciamento das representantes dos três poderes começou por volta de 13h30, sem a participação dos empresários, e durou 10 minutos.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.