O reconhecimento do Queijo Minas Artesanal
Queijo Minas Artesanal do “Queijo Braúnas”
Mais do que apenas vender seus produtos, os produtores rurais estão transformando suas fazendas em destinos turísticos. Eles oferecem experiências completas, com visitas guiadas para mostrar o processo de produção; degustações orientadas; e harmonizações com vinhos, café, chás, cervejas e outros produtos regionais.
O movimento atrai cada vez mais visitantes interessados em conhecer de perto a história, a cultura e, claro, o sabor único do queijo. A coordenadora técnica estadual de turismo rural e artesanato da Emater-MG, Tatiana Garcia, explica que as experiências turísticas podem transformar e aproximar a relação dos visitantes com o queijo.
“As pessoas querem ir, entender como é produzido, como é feito. O turismo vem para agregar. A pessoa se encanta e não compra só pelo produto, mas pela história”, disse a coordenadora à Itatiaia.
E para começar as experiências não é preciso uma grande estrutura. “O produtor nunca vai deixar de ser produtor para focar apenas no turismo, então é importante organizar o tempo da experiência. Sugiro um espaço fora da residência, mas comece com o que tem, como um café colonial ao ar livre”, aconselha Garcia.
Experiências dos produtores
Proprietário do Sítio Água do Pote, em Prados, no Campo das Vertentes, e produtor do queijo “Matuto Artesanal” há 9 anos, Maciel Matuto vê o turismo com um grande divisor de águas.
“Com a prática do turismo, a gente entendeu o investimento em receber esse público, que vão direto à nossa propriedade hoje. Estamos caminhando para 100% da venda do queijo totalmente voltada para o turista”, contou produtor à Itatiaia.
Com o sucesso nas experiências, ele explica que se dedica à organização para garantir o contato com cada turista. “Estamos fazendo com agendamento para conseguir atender da melhor forma possível, com práticas que realmente possam fazer com que o turista exerça uma experiência, seja algo único”, afirmou Matuto. O empresário tem lojistas para focar na venda direta.
Para o produtor Ewerton Almeida, do Queijo Braúnas, na cidade histórica de Diamantina, o turismo é uma renda extra. Uma das experiências é um café colonial com o queijo da fazenda.
Café colonial do Queijo Braúnas
“Fazemos um visita bem completa, onde a pessoa tem a oportunidade de vivenciar uma fazenda de produção de queijo na essência dela. Hoje, isso corresponde em torno de 20% do meu faturamento aqui. Eu cobro R$ 70 por pessoa, com duração média de 2 horas. É um complemento maravilhoso”, contou a reportagem da Itatiaia.
A família do
“Com as visitas conseguimos vender o queijo da melhor forma, além de outros produtos. Nas férias e feriados normalmente é muito bom, porque vem bastante visita”, contou a proprietária Lúcia, esposa do Ivair.
Uma das experiências são as degustações e harmonizações com o Queijo Minas Artesanal da Canastra.
Harmonização do Queijo do Ivair
“Eu acho que está sendo bom para a [região] Canastra inteira, porque vêm turistas de vários cantos do Brasil e até do exterior também. O turismo rural está se tornando uma segunda fonte de renda”, ressaltou.
Rota do Queijo de Minas Gerais
A
Jordane Macedo, produtor cultural da Rota do Queijo de Minas
Além da Canastra, a plataforma opera na região de Araxá, na Serra da Mantiqueira de Minas, em Diamantina, na Serras da Piedade, no Caraça e no Mercado Central de Belo Horizonte, onde se pode encontrar os queijos de produtores participantes da Rota na capital mineira.
O
Série especial
Para debater o cenário do queijo mineiro, o Itatiaia Agro preparou a série especial ‘Somos do mundo, e agora? O cenário do Queijo Minas Artesanal após o título da Unesco’.
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