A produção de alimentos artesanais é uma promissora alternativa para os pequenos negócios rurais, e o queijo desponta como um dos grandes protagonistas desse movimento.
Empreender com queijo vai além de apenas produzi-lo. É uma oportunidade de diversificar as fontes de renda na propriedade, agregar valor ao leite e criar uma identidade única para o produto.
O Queijo Minas Artesanal está em um novo patamar. Com o
Para isso, é fundamental que o produtor se prepare e busque capacitação para lidar com o mercado. Desde aprimorar as técnicas de produção para manter o alto padrão de qualidade até aprender sobre gestão de negócios, marketing digital e exportação.
Capacitação aos produtores
A analista da unidade de agronegócios e artesanato do Sebrae Minas, Fernanda Albuquerque Merlo, afirmou que, além de fazer queijo, é importante aprender a gerir o negócio.
“Conhecer todos os dados da propriedade te faz ter uma inteligência do seu negócio para saber até onde você pode ir, para que se posicione e consiga, na hora que ele tiver oportunidade, pular para dentro daquele mercado. Fazer com excelência, mas também estar conectado, buscando, se capacitando é fundamental”, pontuou a analista à Itatiaia.
Queijo Braúnas, em Diamantina
Renata De Paoli, especialista em queijos e instrutora no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), destacou a importância dos cursos de capacitação. O Senar oferece cursos básicos para os produtores realizados nas próprias propriedades.
“Temos um curso básico para iniciante que é de 5 dias com 40 horas de duração. O produtor que tem interesse de começar do zero, ele sai realmente aprendendo”, destacou à Itatiaia.
A especialista pontuou ainda que a maioria dos queijos são maturados, outra etapa no processo de produção. Sendo assim, exige o cuidado do produtor e, depois, ele precisa colocar o produto no mercado.
“Não adianta produzir, se não tiver o mercado pronto. Então ele tem que fazer todo esse trabalho de captação, de pontos de venda e depois dar atenção nas redes sociais”, explicou De Paoli.
Segundo Ricardo Boscaro, analista de agronegócios do Sebrae Minas, entre as principais dificuldades dos produtores estão o registro sanitário e a mão de obra.
“Alguns precisam de crédito para fazer adequação do registro sanitário e a falta de mão de obra na zona rural também tem dificultado bastante a atividade. Além disso, também a questão de acesso a mercado. Nem todos os produtores têm facilidade para acessar mercados diferenciados e vender o seu produto a preços mais convidativos para o produtor, que gerem maior ganho de renda”, explicou Boscaro à reportagem.
Ewerton Almeida, produtor de Queijo Minas Artesanal
Oportunidade com título da Unesco
O título dos
“Os produtores têm procurado utilizar desse título, num bom sentido, para divulgar e vender a tradição e cultura junto com o nosso queijo Minas Artesanal”, destacou.
Pelo menos 90 produtores independentes e associações de produtores de queijo do estado recebem o apoio do Sebrae. As regiões orientadas são: Canastra, 2Serro, Araxá, Campo das Vertentes, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Triângulo Mineiro e Serras da Ibitipoca.
Série especial
Para debater o cenário do queijo mineiro, o Itatiaia Agro preparou a série especial ‘Somos do mundo, e agora? O cenário do Queijo Minas Artesanal após o título da Unesco’.
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