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EUA registram aumento de mortes por bactéria carnívora: entenda causas e riscos

Temperaturas recordes do mar e temporada intensa de furacões impulsionam avanço da ‘Vibrio vulnificus’ na Flórida e na Luisiana, já responsável por oito mortes em 2025

A bactéria carnívora ‘vibrio vulnificus’ vista por meio de um microscópio

Autoridades de saúde da Flórida e da Luisiana, nos Estados Unidos, soam o alerta após registrarem mais de 30 infecções e oito mortes provocadas pela bactéria ‘Vibrio vulnificus’ neste ano, número muito acima da média histórica.

O micro-organismo, que habita águas marinhas quentes e salgadas, pode causar infecções graves ao entrar em contato com feridas abertas ou pelo consumo de frutos do mar crus, especialmente ostras. Segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), até 20% dos casos podem ser fatais.

O surto de 2025 coincide com temperaturas superiores ao normal no oceano e uma temporada de furacões classificada como acima da média, fatores que, segundo especialistas, criam condições ideais para a proliferação da bactéria. Em 2024, um cenário semelhante já havia provocado alta nos casos após uma temporada de tempestades excepcionalmente ativa.

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Até agosto, a Flórida confirmou 13 infecções e quatro mortes, enquanto a Luisiana notificou 17 casos hospitalizados e quatro óbitos — muito acima da média anual de um falecimento no estado. A maioria das vítimas tinha condições médicas pré-existentes, idade avançada ou ferimentos expostos.

Os sintomas podem surgir poucas horas após a exposição e incluem dor, vermelhidão e bolhas na pele. Sem tratamento rápido, há risco de necrose, sepse e morte. O infectologista Norman Beatty reforça que “a atenção médica precoce e o uso de antibióticos podem ser decisivos para evitar complicações graves”.

As recomendações das autoridades incluem: não entrar no mar com feridas abertas; proteger cortes com curativos impermeáveis; evitar frutos do mar crus ou malcozidos; e buscar atendimento imediato diante de sinais suspeitos após contato com água salgada ou ingestão de ostras.

Para os próximos meses, estados e órgãos federais prometem intensificar a vigilância e campanhas de prevenção, especialmente entre grupos vulneráveis e turistas que frequentam regiões costeiras.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.