Com o avanço da ciência, as pessoas têm vivido cada vez mais: segundo dados do IBGE, em 2023 a expectativa de vida chegou aos 76,4 anos. Porém, com o aumento da longevidade, o público fica cada vez mais propenso a contrair doenças associadas à idade.
Segundo a geriatra Simone de Paula Pessoa Lima, as doenças mais comuns associadas ao avanço da idade são: hipertensão arterial, diabetes tipo 2, osteoporose, doenças cardiovasculares (insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana), doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, depressão, osteoartrite (artrose) e doenças pulmonares crônicas.
“Além disso, há maior risco de quedas, incontinência urinária, alterações sensoriais (visão e audição) e fragilidade imunológica, o que torna o idoso mais suscetível a infecções”, explicou a especialista.
Essas doenças também podem ser ligadas a fatores genéticos que aumentam a predisposição a elas, como Alzheimer, diabetes e hipertensão, por exemplo. Porém, a predisposição não garante que a pessoa terá a condição.
“O estilo de vida exerce grande influência na manifestação ou no agravamento dessas condições, podendo inclusive retardar ou evitar seu aparecimento”, disse a médica.
Outra coisa que é importante lembrar é que essas doenças não estão necessariamente associadas à idade: pessoas jovens também podem tê-las. “Embora sejam mais frequentes no envelhecimento, muitas dessas doenças podem surgir precocemente, especialmente quando há fatores de risco associados, como histórico familiar, sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo, alcoolismo e obesidade. Por isso, a prevenção deve começar ainda na vida adulta”, alertou.
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Diagnóstico e prevenção
Ao receber o diagnóstico de alguma dessas doenças, é necessário que o idoso tenha acompanhamento médico regular e um plano terapêutico individualizado, incluindo medicações, mudanças no estilo de vida, fisioterapia, suporte psicológico e, se necessário, acompanhamento com nutricionista, enfermeiro e terapeuta ocupacional.
“O objetivo não é apenas tratar a doença, mas preservar a funcionalidade, a autonomia e a qualidade de vida do idoso. A adesão ao tratamento, o monitoramento contínuo e o suporte da família são fundamentais nesse processo”, afirmou a médica.
Já a prevenção deve ser feita de forma multifatorial. “Envolve a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do peso corporal, abandono do tabagismo e do consumo excessivo de álcool, controle do estresse e acompanhamento médico periódico. A vacinação adequada e a realização de exames preventivos também são fundamentais. Em muitos casos, o diagnóstico precoce e o controle de fatores de risco como pressão alta, colesterol elevado e glicemia alterada podem evitar complicações graves”, finalizou.