Dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que a depressão atinge cerca de 13% da população entre os 60 e 64 anos de idade. Isso mostra que essa doença tão associada aos jovens também afeta idosos e merece atenção.
É preciso ficar atento com a doença na terceira idade porque ela é de difícil identificação. Isso porque, segundo a geriatra Simone de Paula Pessoa Lima, da
“Além disso, é frequente a presença de múltiplas doenças crônicas e o uso de diversos medicamentos, que podem mascarar ou imitar os sintomas depressivos. Existe também um estigma cultural que leva a atribuir tristeza e apatia à idade, retardando o diagnóstico”, disse a médica.
As possíveis causas da doença podem ser diversas.
“As causas incluem fatores biológicos, como alterações químicas no cérebro e predisposição genética; fatores médicos, como doenças crônicas incapacitantes, dor persistente ou limitações físicas que causam dependência m; e fatores psicossociais, como luto, isolamento, perda de papéis sociais, aposentadoria ou dificuldades financeiras. O uso de certos medicamentos e o consumo de álcool também podem contribuir para o desenvolvimento do quadro”, disse a especialista.
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Como identificar e tratar?
Para identificar a doença em idosos, é preciso ter atenção a sintomas como mudanças persistentes no humor, perda de interesse por atividades antes prazerosas, isolamento social, queixas frequentes de dores sem causa aparente, alterações no sono e no apetite, lentidão de pensamento ou fala e irritabilidade.
"É importante observar se esses sintomas permanecem por mais de duas semanas e se afetam o funcionamento social ou físico do idoso. Avaliações clínicas e testes específicos para idosos aplicados por médicos ou psicólogos ajudam a confirmar o quadro”, explicou.
O tratamento pode ser diferente para pessoas da terceira idade, sobretudo devido às possíveis comorbidades e uso de múltiplos medicamentos.
“Antidepressivos são eficazes, mas devem ser prescritos em doses iniciais mais baixas e com monitoramento próximo. O tratamento nunca se restringe a somente uso de medicação. Psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (trabalha mais o momento atual e não o passado), também é indicada. Atividades físicas adaptadas, estímulo à socialização e intervenções para melhorar o sono complementam o cuidado. Em casos resistentes, a estimulação magnética transcraniana ou outras abordagens especializadas podem ser consideradas”, apontou.
Caso encontre alguma resistência do idoso para tratar a depressão, é fundamental explicar que se trata de uma doença real, com causas biológicas e emocionais e que tem tratamento, de acordo com a mérica. “O diálogo deve ser respeitoso, evitando julgamentos e sempre considerando as crenças e valores do paciente. O apoio da família e a escuta ativa são essenciais. Lidar com o idoso requer paciência, empatia e incentivo constante para adesão ao tratamento, sem pressionar de forma impositiva”, disse.
Cinco dicas para evitar a doença
- Manter uma rotina de atividade física regular, adaptada à capacidade funcional;
- Cultivar relacionamentos e vínculos sociais;
- Preservar atividades intelectuais e de lazer que estimulem o cérebro;
- Realizar acompanhamento médico periódico para controle de doenças crônicas;
- Manter uma alimentação equilibrada.