Assim como seres humanos, cães e gatos também podem desenvolver transtornos mentais que comprometem sua qualidade de vida.
Reconhecer os sinais e buscar ajuda especializada é fundamental para garantir o bem-estar emocional dos animais.
De acordo com a médica veterinária Karina Mussolino, em entrevista ao portal G1, “os pets podem manifestar quadros de ansiedade, depressão, fobias e compulsões, exigindo diagnóstico e tratamento adequados”.
As alterações comportamentais podem ser desencadeadas por fatores como mudanças na rotina, falta de estímulos e traumas anteriores.
De acordo com ela, entre os transtornos mais frequentes, estão:
- Ansiedade de separação: cães e gatos podem demonstrar comportamentos destrutivos, latidos ou miados excessivos e até automutilação quando ficam sozinhos;
- Depressão: a perda de apetite, apatia e o isolamento podem ser sinais de que o pet está deprimido;
- Fobias: como medo exagerado de barulhos, trovões e fogos de artifício, é um comportamento comum.
- Compulsões: atos repetitivos, como lamber excessivamente uma parte do corpo ou perseguir o próprio rabo, podem indicar um quadro compulsivo.
Há também fatores que aumentam o risco de transtornos mentais em pets, como histórico de abandono ou maus-tratos, mudanças abruptas de ambiente ou rotina, falta de estímulo físico e mental e doenças físicas não diagnosticadas.
Animais resgatados, por exemplo, são especialmente vulneráveis. A veterinária Camila Lopes, do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo (USP), destaca que “pacientes oriundos de situações de negligência ou abuso tendem a apresentar maiores índices de fobias e ansiedade generalizada”.
Como promover a saúde mental dos pets
O cuidado preventivo é essencial. De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), “o bem-estar animal vai além da saúde física e inclui o equilíbrio emocional”.
É importante estabelecer uma rotina previsível, pois a previsibilidade, de acordo com o Conselho, reduz o estresse dos animais.
Além da rotina, há também o enriquecimento ambiental, fundamental para manter a mente dos pets ativa. Brinquedos interativos, arranhadores, passeios e atividades que estimulem os sentidos são ótimas maneiras de promover o bem-estar emocional.
A socialização gradual, com interações controladas com outros animais e pessoas, ajuda a fortalecer a confiança e a reduzir medos. É essencial também estar atento às mudanças de comportamento: alterações repentinas podem indicar problemas emocionais e devem ser avaliadas por um veterinário.
Em casos mais graves, a intervenção profissional é indispensável. Como ressalta a veterinária Ana Paula Varella, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
“Se necessário, o tratamento pode incluir terapia comportamental e, sob orientação veterinária, o uso de medicamentos específicos”, explica.